Delcídio do Amaral é o candidato à reeleição para o Senado pelo PT. Nascido em Corumbá (cidade distante 417 quilômetros a noroeste de Campo Grande), em 1955.
Formado em Engenharia Elétrica em São Paulo (SP). Casado, pai de três mulheres.
Foi engenheiro-chefe da construção da Usina Hidrelétrica Tucuruí, no Pará. Trabalhou na Holanda. Foi presidente da Eletrosul, secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, presidente do Conselho de Administração da Companhia Vale do Rio Doce.
Em 1994 virou ministro de Minas e Energia e depois assumiu a diretoria de Gás e Energia da Petrobrás.
Em 2001, assume a Secretaria de Estado de InfraEstrutura e Habitação no governo de José Orcírio Miranda dos Santos (o Zeca do PT).
Em 2002, Delcídio é indicado candidato ao Senado e é eleito com cerca de 500 mil votos.
Participou de comissões temáticas. Foi presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, presidente da Subcomissão Temporária de Regulamentação dos Marcos Regulatórios e Relator Geral da Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional (2009).
Atualmente, é vice-presidente da Comissão de Assuntos Econômicos e membro efetivo das comissões: de Serviços de Infraestrutura; da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle; e da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática. Delcídio é também líder da bancada de Mato Grosso do Sul no Congresso Nacional.
Confira a entrevista, concedida por Delcídio do Amaral ao Capital News por intermédio de e-mail
Capital News: Dentro do meio político, as conversas são claras de que o senhor quer ser o futuro governador de Mato Grosso do Sul. Já tentou uma vez. Por pensar assim, a escolha do vice foi demorada? Tinha que ter alguém em quem o eleitor também sentisse vontade de votar? Acredita que conseguiu isso?
Delcídio do Amaral: É claro que governar o estado onde nasceu é uma honra para toda pessoa que se lança na política. No meu caso, não é diferente. Mas, o meu objetivo agora é me reeleger senador. Desde que fui eleito em 2002 tenho trabalhado dia e noite por Mato Grosso do Sul e o Brasil. Ao longo dos últimos 8 anos, atuei firmemente junto ao Poder Público e a iniciativa privada para trazer investimentos que ajudaram a desenvolver o nosso estado e melhoraram a qualidade de vida das pessoas. Ao mesmo tempo, participei, no Congresso Nacional, de momentos importantes da vida brasileira, como a CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] dos Correios, a relatoria do Orçamento da União e o projeto de capitalização da Petrobras, entre tantos outros. Quero permanecer no Senado para dar continuidade a esse trabalho, defendendo os interesses do País e, especialmente, da população sul-mato-grossense. As eleições de 2014 ainda estão muito distantes. No momento adequado faremos essa discussão. Quanto à escolha do meu suplente – o professor Pedro Chaves –, realmente ela foi muito criteriosa. Ele é um homem respeitado por toda a população, com uma extensa folha de serviços prestados à sociedade, principalmente na área da educação, e vai me ajudar, juntamente com a professora Zonir Tetila, minha segunda suplente, na elaboração de projetos voltados prioritariamente para o aprimoramento profissional , qualificação de mão-de-obra e também no setor de saúde, em função da experiência que teve como membro da junta interventora da Santa Casa de Campo Grande.
Capital News: Quais os principais projetos de seu mandato atual?
Delcídio do Amaral: Viabilizei nos últimos 8 anos mais de R$ 1 bilhão e 450 milhões para os 78 municípios de Mato Grosso do Sul. São obras de asfaltamento de centenas de ruas e avenidas, drenagem, saneamento, construção de milhares de casas populares, centros de convenções, rodoviárias, pavilhões de eventos, pavimentação de estradas, cobertura de quadras esportivas. Enfim, investimentos em infraestutura que melhoraram a qualidade de vida e geraram milhares de novos empregos. Acredito que esse é o marco do meu mandato, a preocupação com o desenvolvimento do nosso Estado.
Capital News: O senhor é parte da base do governo Federal. O que ele vem fazendo que o senhor auxilia e o que vem ocorrendo de errado e o senhor protesta, ajudando a tentar melhorar até por serem do mesmo partido?
Delcídio do Amaral: Com muito orgulho, faço parte da base de apoio do presidente Lula, um dos maiores presidentes que esse país conheceu. Pautei minha atuação no Senado pela defesa intransigente de projetos de interesse da população brasileira. Fui líder dos partidos aliados no Senado e também líder do PT. Atuei com firmeza na defesa de projetos do governo que, algumas vezes, não eram consenso dentro do meu próprio partido. E é assim que pretendo continuar agindo, com ética, isenção e respeito à verdade.
Capital News: Como devem ficar as questões envolvendo o pré-sal, na opinião do senhor? Principalmente no que se refere à divisão dos recursos financeiros oriundos de sua exploração.
Delcídio do Amaral: O óleo da camada pré-sal é uma riqueza que pertence a todos os brasileiros. Por isso, defendo e estou trabalhando no sentido de que os recursos advindos de sua exploração sejam partilhados por todos os estados e municípios. O governo vai utilizar parte significativa do dinheiro obtido com o petróleo para investir cada vez mais em educação, saúde, qualificação de mão-de-obra e nos programas sociais. Além disso, outra parte será destinada às prefeituras e governos estaduais, para que eles apliquem em infraestrutura.
Capital News: Sempre que colocada em discussão, a questão da Previdência Social causa debate ferrenho. Uns dizem que é preciso mudança na idade para se aposentar, por exemplo, querem aumentá-la. O senhor, pensa de que forma? Acredita que é preciso uma reforma previdenciária? Se sim, de que jeito?
Delcídio do Amaral: As últimas pesquisas do IBGE confirmam que está acontecendo no Brasil a mesma situação já vivida na Europa, em algumas regiões da Ásia e da América do Norte. Em função da melhoria da qualidade dos serviços de saúde e da conscientização da população, que abandona hábitos nocivos como o fumo, a expectativa de vida é cada vez maior. Na maioria dos países desenvolvidos ninguém se aposenta mais antes de completar 60 anos. Temos que fazer essa discussão aqui, mas de forma clara e democrática, sem prejudicar direitos adquiridos por quem lutou a vida inteira e vive hoje com os proventos da aposentadoria. Temos, também, que continuar ampliando a base de contribuintes, diminuindo a informalidade e aumentando o número de trabalhadores com carteira assinada, que recolhem regularmente para a Previdência. Outra proposta é fortalecer, cada vez mais, a previdência privada, como acontece nos países mais ricos e socialmente justos.
Capital News: Muito se diz que o brasileiro é um dos contribuintes que mais pagam impostos no mundo. Existe um projeto do senhor, ou pensa em formular um, para minimizar a carga tributária?
Delcídio do Amaral: A reforma tributária é fundamental e vai ser prioridade no próximo governo, que, se Deus quiser, será comandado pela ex-ministra Dilma Rousseff. O brasileiro não aguenta mais pagar tanto imposto. Além disso, os estados e municípios têm que ter mais autonomia financeira, para não dependerem tanto do auxílio da União. Sou defensor ferrenho de uma reforma completa na estrutura tributária do País, que diminua a guerra fiscal entre os estados e, ao mesmo tempo, crie as condições necessárias para estimular os empreendedores nacionais e internacionais a abrir e ampliar empresas, gerando novas oportunidades, emprego, renda, ou seja, melhorando a vida de todos.
Capital News: O senhor pensa que é preciso uma reforma política? Se sim, de que forma?
Delcídio do Amaral: A reforma política é outro tema prioritário no Congresso Nacional na próxima legislatura. Temos que fazê-la rapidamente, tocando em pontos fundamentais como a organização da vida partidária e até mesmo a duração dos mandatos. Vamos discutir, por exemplo, a reeleição. Será que ela foi produtiva para o Brasil? E o voto distrital, não seria a hora de adotá-lo? O Senado e a Câmara deverão debater esses temas a partir de fevereiro do ano que vem.
Capital News: Como o senhor avalia as coligações políticas em Mato Grosso do Sul nestas eleições? As disputas internas nos partidos em que detentores de cargos eletivos que não se candidatam apoiam nomes de adversários, por exemplo? Isso não pode gerar certo conflito na mente dos eleitores?
Delcídio do Amaral: Essa eleição de 2010 está sendo muito diferente dos pleitos anteriores. Os eleitores não estão vendo os partidos, mas sim os candidatos que tem uma folha de serviços prestados à população. Pelo que sinto nas caminhadas e reuniões que tenho feito ao longo das últimas semanas, o cidadão não está muito preocupado se o candidato está filiado a esse ou aquele partido. Ele quer e cobra resultados. Não adianta vir com lero lero, com promessas vazias e impossíveis de serem cumpridas. O povo quer trabalho, propostas sérias que proporcionem um futuro melhor a todos. Candidatos com esse perfil serão vitoriosos em 3 de outubro.
Capital news: Qual a opinião do senhor sobre o Projeto Ficha Limpa?
Delcídio do Amaral: A Lei da Ficha Limpa é fundamental para o Brasil. Ela é base da reforma política que precisamos fazer em todos os níveis. Quem não for honesto não deve nem pensar em apresentar seu nome para a apreciação do eleitorado.
Capital News: Com relação ao aborto, que é um assunto que vem sendo tratado de forma mais aberto ultimamente, qual sua opinião? Como o senhor se portaria no Senado se surgisse um projeto visando a liberação do aborto além da que já é defendida em lei atualmente?
Delcídio do Amaral: Sou totalmente contra o aborto, a não ser nos casos já previstos na legislação atual. Qualquer projeto que tente mudar isso não terá o meu apoio.
Capital News: Outro tema que surgiu com força, principalmente após decisão da nação vizinha, a Argentina, é o casamento gay? Qual sua opinião sobre essa situação que já é aceita em alguns países? Como o senhor se portaria no Senado se surgisse um projeto visando à liberação do casamento gay?
A resposta não consta no e-mail enviado à nossa redação.
Capital News: Como deve ser o tratamento do Brasil com relação à Segurança Pública? Se o senhor for senador, pretende formular projetos nesta área? De que tipo?
Delcídio do Amaral: Segurança pública é prioridade nacional. Temos que agir em duas frentes. Primeiro, criando as condições necessárias para melhorar a qualidade dos serviços prestados pelos órgãos de segurança, como a Polícia Federal e as polícias civil e militar, não só com equipamentos mas, sobretudo, com bons salários e investimentos em qualificação profissional. Vamos aprovar , após as eleições, a PEC 300 , que oferece salários melhores para a PM em todo Brasil, além de aprovar também a PEC 549, que permite a equiparação dos salários dos delegados de polícia aos integrantes do Ministério Público. É preciso também acelerar o andamento dos processos e tornar mais rígido o Código Penal, criando mecanismos que punam, com mais rigor, quem comete crimes de qualquer natureza. A impunidade é uma das maiores vergonhas do nosso país.
Capital News: Pensa em projetos para a área de Esporte, Cultura e Lazer?
Delcídio do Amaral: Investimentos em esporte, cultura e lazer são prioridades em meu mandato. Prova disso são os milhões de reais que destinei para a construção de núcleos esportivos, a cobertura de quadras e a construção de centros de convenções e pavilhões que hoje recebem eventos em cidades como Paranaíba, Corumbá e Costa Rica, para citar apenas algumas obras que viabilizei nessas áreas. Vou continuar trabalhando nesse sentido porque esporte e cultura representam, antes de tudo, cidadania.
Capital News: Mato Grosso do Sul é o Estado que possui a segunda maior população indígena do País. Atualmente passa por alguns conflitos entre fazendeiros e índios por conta das demarcações de terras indígenas. O que o senhor pensa da conjuntura atual nesta área e como será sua atuação no Senado mediante isto, se eleito for?
Delcídio do Amaral: Defendo a adoção aqui do mesmo caminho encontrado para solucionar os conflitos envolvendo produtores rurais e indígenas no Rio Grande do Sul. Não é preciso alterar o Artigo 231 da Constituição. Basta apenas que o governo Federal reconheça formalmente que errou ao permitir, no passado, o assentamento de colonos em terras comprovadamente indígenas. Com isso, é possível pagar as benfeitorias e indenizar os produtores pela terra nua, em valores de mercado. Com isso, é possível contemplar os interesses dos fazendeiros que, de boa fé, adquiriram as terras onde trabalham há décadas, ajudando a desenvolver o nosso Estado, além de atender também a necessidade das etnias indígenas, que desejam a ampliação das aldeias.
Capital News: Quanto ao setor agrário. Como o senhor vê formas de um senador auxiliar neste setor. Como vem agindo no Senado. O senhor busca olhar mais para o pequeno ou para o grande produtor?
Delcídio do Amaral: No meu mandato procurei olhar para todos os produtores, independente do tamanho da propriedade. Quem produz e gera empregos e riquezas tem que ser respeitado. Nos últimos 8 anos trabalhei no sentido de garantir aos agricultores e pecuaristas não só os recursos para financiar a produção , como também na definição de regras claras que tragam tranqüilidade ao campo. São eles quem põem o alimento na nossa mesa e terão sempre o meu apreço e o meu apoio.
Capital News: Por fim, por que o eleitor deve votar no senhor e não nos concorrentes?
Delcídio do Amaral: Estou percorrendo todas as regiões do estado, aliás, como fiz diversas vezes desde 2003, prestando contas do meu mandato e falando de propostas para os próximos oito anos. Se a população do meu estado entender que fiz um bom trabalho e me der a honra da reeleição, com certeza vou continuar me esforçando para ajudar a construir um Mato Grosso do Sul mais desenvolvido, mais humano, mais fraterno e mais feliz.
Por Marcelo Eduardo – (www.capitalnews.com.br)
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Candidatos ao governo
Candidatos ao Senado
O Capital News ainda aguarda as repostas de Murilo Zauith
Nota do Capital News:
Como divulgamos sempre, nossa equipe procurou todos os candidatos na disputa pelo Senado em 2010, pessoalmente ou via assessores de imprensa, para efetuar os convites às entrevistas. Assim também agimos com relação aos concorrentes ao caro de governador do Estado de Mato Grosso do Sul. Nei Braga (PSOL) foi o único com quem conversamos pessoalmente. Nei Braga foi o primeiro a responder às questões e sua entrevista está no ar desde o dia 26. Dois dias depois, as resposta de André foram veiculadas e, no dia 30, as de Zeca foram publicadas. Quanto ao Senado, Murilo Zauith (DEM) foi o único a não encaminhar as repostas ao questionário enviado via endereço eletrônico de correspondência.
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