Já passa de 800 o número de pessoas que ocupam o terreno ao lado do residencial Iguatemi, localizado no bairro Nova Lima, em Campo Grande. A todo o momento chegam pessoas com pedaços de pau e lonas querendo montar um barraco no local.
O terreno começou a ser invadido na tarde de sexta-feira (15), depois que a policia cumpriu o mandado de reintegração de posse expedido pelo juiz Fernando Paes de Campos e despejou as famílias das casas do Residencial Iguatemi, que estavam ocupadas desde o dia 21 de setembro.
Um incêndio criminoso em uma das casas ocupadas foi um dos motivos que levou o juiz a expedir o mandado de reintegração das 33 casas ocupadas. As residências foram construídas pela Agehab e entregues no ano passado.
Casa incêndiada no Residencial Iguatemi
Foto: Deurico/Capital News
Alguns moradores do residencial, temendo novas invasões, colocaram grades nas janelas e portasde ferro nas casas. No local, há várias casas vazias não sendo utilizadas. Segundo a sem teto, Madalena Rodrigues, 41 anos, várias pessoas ganharam as casas sem precisar. “ Tem gente aqui que vem nas casas uma vez por semana para limpar. A maioria de quem foi sorteado não precisa de casa”, afirmou a mulher mãe de quatro filhos.
A sem teto disse que tem inscrição na Agehab e na Emha há 7 anos e até agora “nem passou perto de ser sorteada”. “Estou indignada, não tenho para onde ir e esse monte de casa aí parada, sem ninguém morando. Eles dão casa para quem não precisa. Nós queremos uma solução urgente, quero ficar aqui neste terreno e construir minha casa”, ressaltou Madalena.
Madalena afirmou ainda estar cansada de esperar ser sorteada
Foto: Deurico/Capital News
Madalena afirmou ainda estar cansada de esperar ser sorteada e que a alternativa que encontrou foi invadir o terreno, já que, segundo ela, não tem mais para onde ir. “Eu tenho quatro filhos, fui despejada da casa onde pagava aluguel de R$ 200. O homem mandou eu desocupar, eu tive que sair. A alternativa que encontrei foi vir para cá. Tiraram a gente das casas aqui do local e vim parar aqui”, relatou.
A catadora Elisabeth Mareco, 35 anos, mãe de quatro filhos, foi até o local para ver se consegue montar um barraco. “Eu tenho inscrição há 10 anos na Emha e até agora não consegui uma casa para eu morar. Estou desesperada com minha situação, preciso de um local para morar. Direto vem o conselho tutelar encher meu saco para saber se estou cuidando bem dos meus filhos. Só quero uma casa para morar”, afirmou a mulher que está de favor na casa da mãe no Jardim Columbia.
Elisabeth Mareco, 35 anos, mãe de quatro filhos, foi até o local para ver se consegue montar um barraco
Foto: Deurico/Capital News
No terreno, tem gente de vários bairros de Campo Grande que foram no local tentar conseguir um pedaço de terra. Taine Souza, 25 anos, veio do bairro Anache, onde mora com três filhos em um cômodo que custa mensalmente para ela R$ 250, para montar seu barraco. “Eu não tenho mais condições de pagar aluguel. Quero uma casa para morar com meus filhos”, afirmou.
Cleonice Oliveira, 23 anos, grávida de cinco meses, está na mesma situação. Não tem condições de pagar aluguel e foi até o local conseguir um espaço para morar. “Eu pago aluguel, está muito caro, estou sem condições de continuar pagando”, afirmou.
José Augusto Dias, que se apresentou como lideres dos invasores, disse que irá se reunir com um representante da polícia e da prefeitura para analisar a situação das pessoas que ocupam o terreno. “Vamos debater para tentarmos resolver a situação de todos nós para que não ocorram problemas”, disse o aposentado relatando que já teve algumas pessoas que foram até o local afirmando ser proprietária.
De acordo com José Augusto, as famílias o estão precisando de comida, roupas e medicamentos. “Quem poder ajudar pode trazer doações aqui para nós”.
José Augusto diz que as famílias o estão precisando de comida, roupas e medicamentos
Foto: Deurico/Capital News
maria keial nunes 05/07/2012
ate parece que existe sorteio nas casa GAB e EMA, as casa sao na maioria barganhadas ou seja troca de favores, isto tem que parar todos sabemos que politicos prometem casas em troca de votos, e pessoas que trabalham lá beneficiam parentes e conhecidos, enquanto isto os desfavorecidos ou assalariados pagam aluguel ou moram de favor na casa de conhecidos ou familiares, e o prefeito ainda fala que nao tem favela, claro ele manda despejar os sem tetos ou manda pagar aluguel.
1 comentários