Há cerca de duas semanas, milhares de peixes apareceram mortos nas margens de um dos principais rios pantaneiros, o Rio Negro. Técnicos do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) e da Polícia Militar Ambiental (PMA) estiveram no local para coletar amostras, no dia 31.
Após as primeiras análises feitas no local, o Imasul observou, no relatório preliminar 01/2011, que possivelmente os peixes morreram devido a falta de oxigênio na água, tendo em vista os seguintes fatores: alta temperatura da água que provoca o aumento do metabolismo dos organismos e ao mesmo tempo provoca a diminuição na solubilidade dos gases, então estes dois efeitos agem antagonicamente, ou seja, justamente no momento de maior necessidade de oxigênio no organismos é que este gás está menos solúvel na água.
De acordo com o gerente do Imasul, Roberto Gonçalves, foram feitas as primeiras análises com base nas informações encontradas no local. “Estas observações preliminares foram obtidas no local. Não significa que estejam descartadas outras hipóteses. Estamos aguardando a conclusão dos exames da demanda química e bioquímica de oxigênio, que estão sendo feitos no laboratório do Imasul e ficam prontos na segunda-feira (7)” afirmou.
Ainda conforme do gerente do Imasul, amostras foram enviadas a um laboratório especializado em São Paulo para investigação da ocorrência de defensivos agrícolas (agrotóxicos). “Estes exames ficarão prontos em duas semanas, quando teremos uma conclusão taxativa sobre a morte dos peixes no Rio Negro”.
Ainda de acordo com o relatório preliminar, outro fator importante observado no resultado, principalmente nas águas das baias é a concentração de sólidos dissolvidos totais (SDT) e os altos valores da condutividade elétrica, indicando que essas variações em comparação com o resultado das águas do Rio Negro, também podem ter contribuído com a morte dos peixes. Variações bruscas na condutividade elétrica da água podem provocar a morte de peixes em função da modificação da pressão osmótica.
A turbidez extremamente baixa indica que não há sólidos suspensos na coluna de água e com isso os raios solares atingem profundidades maiores, o que provoca o aumento da temperatura das águas bem acima da média que é em torno de 25°C. (Notícias MS)