A exemplo da Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul, a Câmara Municipal de Campo Grande começou a legislatura em 2011 com manifestações durante as sessões. Cerca de 250 agentes municipais de saúde lotaram o plenário da casa para reivindicar o repasse de R$ 714 provenientes do Governo Federal. De acordo com o líder da manifestação, Amado Cheikh, que é agente de saúde, atualmente a prefeitura repassa apenas R$ 173 do montante.
Os manifestantes, munidos de cartazes estampados com frases como "melhores condições de trabalho!", "mate o mosquito da dengue, não o agente de fome", "diálogo soluciona a greve sr. prefeito", entre outras, foram até a Câmara para pedir que a Casa intervenha na discussão junto ao prefeito Nelson Trad Filho. De acordo com Cheikh, faz um mês que a reivindicação foi feita. Parte dos agentes de saúde do município estão em greve.
Amado Cheikh disse ter a convicção de que a questão é pessoal
Foto: Deurico/Capital News
O representante dos agentes alega que "o prefeito levou a questão para o lado pessoal e o orgulho não o deixa dialogar", disse. "Não sou submisso a ele, tenho o dever de defender a minha categoria e fui eleito pelos companheiros para fazê-lo, por isso viemos à Câmara, para que haja essa interlocução ", afirma, Cheikh.
Durante seu discurso, Nelsinho Trad não dirigiu a palavra aos manifestantes. O prefeito falou apenas dos projetos municipais já realizados e das ordens de serviço e licitações que estão por vir. Após a sessão, Nelsinho declarou à imprensa que "o problema da greve dos agentes de saúde agora é um problema da justiça", que segundo ele considerou a greve ilegal e já determinou o corte do salário e multa de R$ 25 mil por dia aos grevistas.
Nelsinho disse que a greve já foi considerada ilegal pela justiça
Foto: Deurico/Capital News
Nelsinho reafirmou que não terá diálogo com a categoria enquanto estiverem paralisados. Segundo o líder do executivo municipal, "eles são desobedientes à justiça, não posso fazer o mesmo sob pena de incorrer em improbidade administrativa", declarou. "Eles vão ter de arcar com o ônus da decisão que tomaram, já que 70% da categoria continua trabalhando normalmente", alerta.
Por Lucas Junot - Capital News (www.capitalnews.com.br)
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