O relatório preliminar dois, assim chamado pelo diretor de desenvolvimento do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), Roberto Gonçalves, aponta que, com base nos resultados, provavelmente tenha ocorrido um fenômeno natural ("decoada") característico do ecossistema do Pantanal, quando ocorre consumo de oxigênio pela decomposição da matéria orgânica associado à menor taxa de dissolução deste gás no ambiente devido a uma maior temperatura, como resultado das variações do nível de água no complexo baía-rio.
Ainda conforme o gerente do Imasul, amostras foram enviadas a um laboratório especializado em São Paulo para investigação da ocorrência de defensivos agrícolas (agrotóxicos). "Estes exames ficarão prontos na semana que vem, quando teremos uma conclusão taxativa sobre a morte dos peixes no Rio Negro".
Apesar de não descartar a possibilidade do uso dos defensivos agrícolas, Gonçalves acha pouco provável que esta tenha sido a causa da morte de milhares de peixes no curso do rio Negro, próximo a fazenda Rio Negro, município de Aquidauana, região do Pantanal de Mato Grosso do Sul.
O fenômeno “decoada” acontece uma vez por ano. "É pouco provável que o fenômeno volte a ocorrer este ano, mas não podemos descartar esta hipótese", afirma Roberto.
Dentre as espécies encontradas mortas estavam: pintado, cachara, piranha, armal, jurupoca, pacu, piau, piraputanga, mandi e barbado.
Quanto a recuperação do rio, Roberto explica que este será um processo natural. "Conforme a água vai se diluindo e substituída, as espécies vão retornando ao rio. Só não dá para prever quando isso irá acontecer".
Roberto Gonçalves explica que fenômeno 'dequada' acontece uma vez por ano e é normal
Foto: Deurico/Capital News
Por Valquíria Oriqui - Capital News (www.capitalnews.com.br)
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