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Dr. Antonio Bilo Quarta-feira, 25 de Março de 2009, 11:30 - A | A

Quarta-feira, 25 de Março de 2009, 11h:30 - A | A

Dia Mundial da Saúde...

Dr. Antonio Carlos Bilo - Pres. CRM-MS

Dia Mundial da Saúde...

Em 7 de abril comemora-se o Dia Mundial da Saúde, criado em 1948. A data marca o dia da criação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e representa uma importante oportunidade de conscientização quanto a questões-chave relacionadas à saúde mundial. Ter saúde é garantir a condição de bem-estar das pessoas, o que significa a harmonia entre os aspectos físicos, mentais e sociais.

Como é de responsabilidade dos governantes, a saúde pública deve ser levada a sério tanto por municípios, estados e governo federal. No entanto, sabemos e vemos no dia-a-dia que estes fazem muita publicidade sobre os investimentos feitos, mas, na prática, não percebemos mudanças efetivas. Vemos, sim, o caos que se instala diariamente em todo o país e a história repete-se ano após ano, como se fosse um mal incurável. A saúde precisa ser vista como investimento e não como custo. E esse investimento tem que ser compatível com a demanda e vigiado passo a passo, para que não escorra pelas valas da corrupção que vive assolando nosso país.

Temos já aproximadamente 350.000 médicos no país e fala-se em mais de 1.000 municípios sem médicos. Isso não é difícil de entender. Não é possível interiorizar o médico sem antes interiorizar a Medicina. Por isso, nossas entidades nacionais, CFM, AMB e FENAM lutam por uma Carreira de Estado e pela implementação de um Plano de Cargos, Carreiras e Salários para os médicos atuantes no SUS, à semelhança do que ocorre no Judiciário. E porque não? O que pode impedir que o médico tenha salários compatíveis com os de juízes, promotores e delegados, que vão para o interior, fazem o seu trabalho e têm a oportunidade de, futuramente, serem transferidos para centros maiores e mais desenvolvidos? O que não é justo é a permanência do atual estado de coisas, em que o médico vai para o interior e fica à mercê do humor dos gestores do momento em cada município. Lutam também as entidades médicas pelos reajustes dos honorários do SUS, com a adoção da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM).

Mas antes dessas reivindicações, os médicos querem um serviço público eficiente na área de saúde, com gestão competente e financiamento adequado. Anseiam por melhor estrutura, condições mínimas de trabalho, para que se possa oferecer um atendimento digno e adequado para a população, que é quem paga o preço maior pela situação perversa em que está a saúde pública já há muitos anos.

Todas essas reivindicações são mais que justas, mas um passo muito importante, para que possam tornar-se exeqüíveis, ainda não foi dado efetivamente. É necessário e urgente que haja uma real mobilização da classe médica. Sem a devida mobilização, com a qual consigamos orientar e sensibilizar a população para que se una a nossa causa, continuaremos a ter dificuldade em ver repercurtir qualquer empreitada decorrente de nossas pressões junto aos políticos, para o bem da saúde.

Portanto, vamos refletir por ocasião de mais um Dia Mundial da Saúde, lembrando que, conforme pesquisas já demonstraram, a saúde é a maior preocupação da população. E o profissional mais respeitado continua sendo o médico.

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