Olá amigos estou de volta a esta minha coluna no Capital News, depois de participar deste pleito eleitoral em que o resultado final nos presenteou com a vitoria nas urnas.
Réplica a Marcelo Barbosa Martins...
De um cadáver em estado de putrefação só se pode esperar um estudo anatômico para dimensionar o grau de podridão de suas partes.
Assim é o texto semi-imputável de Marcelo Barbosa Martins, um advogado que, ao longo dos últimos meses, vem transitando com maestria entre a penumbra da insensatez patológica e a zona fronteiriça da frustração política por ter sido prematuramente degolado pelas urnas.
Da leitura de seu texto insepulto, repercutido no site da OAB-MS por conveniência compreensível de quem está sob a mira do constrangimento público, só se extraem dejetos que emprestam odor a leviandade de quem escreveu para acusar a todos mas acabou condenando-se a si mesmo.
Aliás, logo nos primeiros cortes da análise anatômica do libelo, observa-se o traço psicológico de um egocentrismo deslavado que, num lance de mágica, se coloca como o mais honesto dos honestos, homem-santo, superior a todos os outros cujos nomes, criminosamente, joga na lama sem nada provar e, o mais grave, sem nada provar.
Cinco minutos são suficientes para concluir que o panfleto de Marcelo Barbosa Martins pretende elevar-se a condição de terremoto, mas na verdade não consegue passar da metade de um fôlego de passarinho.
A manifestação de Marcelo Barbosa Martins pode ser assim resumida: todos os políticos, todos os juízes, todos os desembargadores, todos os promotores, todos os procuradores de justiça são corruptos e prevaricadores, exceto o Desembargador Claudionor Miguel Abss Duarte, o único enaltecido moralmente no oceano de imprecações dirigidas contra tudo e contra todos.
O mais grave: não especifica nomes, colocando todos sob suspeição. Mas só ele é honesto, só ele é digno, só ele é decente. O resto, com exceção do Desembargador Claudionor Miguel Abss Duarte, é resto !
A repercussão política de um texto não depende do estilo literário de quem o escreve. Lutero, por exemplo, nunca se notabilizou pela riqueza do estilo, mas foi um homem de caráter, convicção e dotado de invulgar coerência entre o que pregava e praticava: suas 95 teses transcendem o tempo. Ao contrário, o desabafo de Marcelo Barbosa Martins, nem de longe, terá o mesmo destino histórico daqueles documentos lavrados por personagens de mãos limpas. E a razão é simples: o texto de MBM é leviano e tem propósitos políticos subalternos.
O texto omite, por exemplo, na passagem em que o signatário se jacta de ter tido um pai honrado, Plínio Barbosa Martins, como se isso fosse privilégio que Deus conferiu só a ele, que, no processo criminal a que respondeu o Padre François Jacques Jentell, o advogado de defesa do combativo sacerdote foi Nelson Trad que enfrentou sem a proteção de qualquer cargo público, o poder cruento da ditadura, o que lhe valeu uma citação no livro “Advocacia da Liberdade”, de autoria do saudoso penalista carioca Heleno Cláudio Fragoso, como um “destemido e corajoso advogado criminalista”.
Esquece, também, o irridento MBM que Nelson Trad, ao contrário de alguns presidentes da OAB das décadas de setenta e oitenta, foi preso várias vezes pela ditadura militar por sua atuação política antes do golpe, jamais se negando a defender presos políticos como Amorésio de Oliveira, Alberto Neder, Roger e Assef Buainain, entre tantos outros.
Enquanto isso, nesta mesma época, os “amiguinhos” de MBM – bigodudos albaneses idolatrados por uma camarilha decrépita e sem personalidade própria – faziam fofocas em mesas de bar regados a scotch e patês. Um bando de hipócritas com as mãos sujas de fraudes, maculados por acordos espúrios cifrados por caminhões repletos de bois e vacas para obter favores ilícitos. Enfim, uma horda de maltrapilhos da honra se arvorando em defensores da dignidade... Quanta hipocrisia!
Conveniente a todo mitômano, a memória de Marcelo Barbosa Martins é seletiva e obedece a monomania dos autistas voluntários: todos os amiguinhos do seu grupelho político são modelos de honestidade; todos os outros, sem exceção, são corruptos e picaretas: juízes, deputados, desembargadores, promotores, procuradores, advogados, enfim.
A ira patológica do ex-vereador derrotado nas urnas MBM também investe contra o combativo conselho seccional que tive a honra de presidir com desassombro e independência, tanto que na eleição que decidiu o meu sucessor, toda a classe política de MS, inclusive o governador André Puccinelli e o ex-governador Zeca do PT, além de todos os deputados estaduais e secretários de estado, apoiaram a chapa adversária, com destaque especial ao Presidente da Assembléia Jerson Domingos, agora, depois de “chupado até o caroço”, transformado em bagaço pela ingratidão dos covardes que o chamam de criminoso do jogo do bicho. O mundo não é redondo por acaso...
Arbitrário e raivoso, MBM lança sobre o conselho seccional que presidi a covarde pecha de subserviente a magistratura e aos políticos. Não cita um fato para demonstrar a sua leviana assertiva, apenas rasteja em adjetivos levianos que expõem a imprudência doentia do seu pensamento.
De novo a memória seletiva do ex-lúcido-advogado esquece, convenientemente, as inúmeras conquistas da gestão anterior, pois assim agem os invejosos e sectários, e, o mais grave, quer forçar a sociedade, com mentiras e acusações criminosas, a acreditar que esta gestão tem independência em relação aos políticos e a magistratura. Não serei imprudente e leviano a atacar o atual conselho, mas o fato é que não foi neste conselho que as pensões vitalícias de políticos foram derrotadas na Justiça e tampouco foi este o conselho que conseguiu barrar a restrição de horário de atendimento no fórum da Justiça Estadual. Isto é fato.
MBM também esqueceu na gaveta de um dos compartimentos herméticos de sua paranóica coleção de aleivosias os apoios políticos poderosos que recebeu de todos os deputados estaduais que agora chama de corruptos, principalmente do atual presidente da assembléia que, antes foi útil, mas agora é chamado de criminoso de forma rasteira e pérfida pelos mesmos que receberam apoio eleitoral na eleição da OAB. Quem te viu... quem te vê...
Fala MBM de independência desta propalada comissão inquisitorial da ética e da verdade, no melhor estilo Torquemada. Independência? Ética? Verdade? Ora, se tivesse mesmo estes atributos, não respaldaria quem deve explicações à Receita Federal por não ter declarado em seu imposto de renda parte de um precatório recebido e que foi embolsado clandestinamente. Se tivesse toda esta imaculada condição virtuosa, não prestigiaria a demência ideológica de um ex-stalinista perdido no tempo e que deve explicações à sociedade por ter recentemente feito um suspeito acordo para receber dinheiro de precatório.
E ainda ousa falar de minha honrada mãe para atingir-me como profissional e ex-Presidente da OAB-MS, usando fato mentiroso utilizado eleitoralmente pelo oportunismo de um indivíduo que devastou a classe dos advogados quando foi dirigente da entidade.
Sugiro a MBM que antes de maldizer a honra alheia, dobre a língua e se olhe melhor no espelho, porque da mesma forma que procura me atingir, ofendendo minha mãe, eu poderia fazê-lo se tivesse a estatura de seu caráter, valendo-se da má fama de muitos dos seus que, em vários governos, foram acusados de enriquecerem ilicitamente, sobretudo na época em que seu tio governou o estado, pois nesta época sim é que se ouvia dizer que o roubo do dinheiro público campeava solto neste estado.
E onde você estava nesta época, senhor vestal da pureza e da moralidade? Onde estava MBM, o defensor da moral pública, na época em que acusavam o seu tio de não roubar, mas apenas de deixar que roubassem ? Estava acocorado, silente, omisso, quase que cúmplice dos desmandos de um governo que diziam frouxo no combate à corrupção e conivente com as piores práticas políticas. Não só você. Você e a sua trupe que agora, tal como a lógica mafiosa das piores quadrilhas criminosas, procura confundir a opinião pública, aparentando decência para encobrir os piores propósitos políticos.
Agora, só porque sentiu-se prejudicado por não ter recebido um precatório milionário que tanto persegue, usando a OAB para satisfazer interesse pessoal, coloca sobre si a aura de santo e sai, como um fenômeno da psiquiatria universal, tentando distorcer a história, destruir nomes e atacar sem qualquer sentido e fundamento a classe dos magistrados e dos promotores de justiça, dos políticos e de profissionais da advocacia, todos eles corruptos na sua delirante insanidade.
E os únicos honrados, os únicos decentes, os únicos dignos são os seus “amiguinhos” que integram esta súcia composta por frustrados na profissão e na política.
Chega ! Chega de hipocrisia ! O texto fétido de Marcelo Barbosa Martins é uma ofensa à razão saudável, pois em verdade homenageia a insanidade dos mitômanos que, às custas da leviandade e da ignomínia, querem, na realidade, cobrir com a fumaça da mentira, o que ele e seu grupo político mais teme que seja descoberto e que não quer jamais perder: o monopólio das quotas de sociedades ocultas com alguns membros do poder.
Depois de tantos desvarios e despropósitos, só posso desejar a você, Marcelo Barbosa Martins, paz e saúde física mas principalmente mental.
Fabio Trad, advogado, deputado federal eleito (PMDB-MS)