Durante sua visita à Capital, o pré-candidato à Presidência da República pelo PMDB, governador do Paraná Roberto Requião, disse aos correligionários que foram assistir ao seu discurso na nova sede do partido (nos Altos da Avenida Mato Grosso) que a legenda precisa ser mais objetiva na tentativa de alcançar o cargo de presidente para não “acabar”. “Ou o PMDB vai de forma programática nas eleições ou acaba. Assim como fizeram e acabaram o PFL [hoje Democratas] e o PPS – que morreu, mas está esquecendo de se deitar.”
Ele veio a Campo Grande pedir apoio a seu nome como candidato a presidente em 2010. Todavia, concorre com outras duas alas dentro do partido: os que querem dar apoio a José Serra (PSDB) – minoritária; e os que defendem a permanência no respaldo ao PT com o nome da ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff – maior parte.
Mesmo assim, Requião ainda se diz confiante. Segundo informou aos membros de seu partido e à imprensa, possui apoio declarado dos diretórios regionais do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Goiás e Piauí. Além disso, afirmou que, ao todo, 24 diretórios se mostraram inclinados a sua causa.
No dia 6 de fevereiro, os delegados [escolhidos para votar] peemedebistas vão a Brasília escolher quem querem que seja o novo presidente nacional do partido. Michel Temer, presidente da Câmara de Deputados Federais, deve se reconduzido ao cargo.
Temer é o principal defensor do apoio a Dilma. Expõe sempre que o PMDB está no governo Federal de agora com ministérios importantes, como o da Saúde, por exemplo. Caso o PMDB continue com a parceria, Temer deve ser o vice na chapa da indicada por Luiz Inácio Lula da Silva à sua sucessão.
As convenções que decidem se o partido lança ou não candidato próprio está marcada para junho (prevista para ser realizada entre os dias 10 e 23). Como Temer deve continuar na presidência, a possibilidade maior é que a legenda siga com o PT.
Foto: Deurico/Capital News
As convenções que decidem se o partido lança ou não candidato próprio está marcada para junho (prevista para ser realizada entre os dias 10 e 23). Como Temer deve continuar na presidência, a possibilidade maior é que a legenda siga com o PT.
Mas, Requião veio a Campo Grande tentar convencer os colegas de partido de que a melhor alternativa é a candidatura própria, sob o risco de extinção do PMDB, afirma.
Para Requião, nem o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso, nem o de Lula são os melhores exemplos de administração. Lula, segundo Requião, tem boas ideias, principalmente no setor social, porém, o que o presidente propõe para o PMDB não deveria satisfazer o partido.“Temos de abandonar esse jogo de troca troca. Lançamos candidato e mostramos que não trocamos o apoio por meia dúzia de cargos.”
Requião também fez críticas à política econômica do Banco Central, sob comando de Henrique Meirelles. Disse que a instituição somente pensa no capital e não na sociedade brasileira.
André disse que se candidatura de Requião for "séria", apoia o correligionário
Foto: Deurico/Capital News
André quer candidato próprio
O governador André Puccinelli discursou antes de Requião. Falou menos (cerca de 15 minutos contra 40 minutos), mas defendeu também candidatura própria à Presidência.
Porém, colocou uma exigência, que seja “séria”. Ou seja, quer que Requião realmente consiga homologar sua candidatura de forma concreta para que ele tenha seu apoio.
Se o projeto de Requião não for “sério”, como disse André, o governador disse que não o apoiará. “Trabalhei para o Itamar Franco não ser candidato à Presidência porque ele saia e voltava, saia e voltava. Deixou o PMDB três vezes e depois voltou. Para mim, não era peemedebista de verdade.”
Quanto a Requião, André teceu elogios: “Quando se tem um nome de confiança, de credibilidade, é sempre melhor ter candidatura própria. (...) Se a candidatura do Requião for para valer, é melhor ter candidato próprio. Ele tem postura. Dizem que se assemelha ao André. Eu fiz estágio com ele e não cheguei perto.”
Por: Marcelo Eduardo – (www.capitalnews.com.br)
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