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Cotidiano Terça-feira, 02 de Março de 2010, 09:58 - A | A

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Agentes de Saúde paralizam os trabalhos e alegam que valor total da produtividade não é repassado

Nadia Nadalon - estagiária - Capital News

Agentes de saúde realizam desde 8h desta terça-feira (2), paralisação em frente da Prefeitura Municipal, com intenção de conseguir negociar uma reposição salarial relativa à produtividade dos trabalhadores.

Dos 2,5 mil agentes que trabalham na Capital, apenas 30%, a cota mínima, realiza os trabalhos hoje. Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde Pública de Campo Grande (Sintesp), Amado Cheikh, os outros 70%, cerca de 1.750 trabalhadores, foram dispensados para participar da paralisação.

“Faz dois meses que tentamos negociar com a prefeitura a reposição salarial. Sábado [27 de fevereiro], teve reunião com o prefeito e ele nos expulsou da sala, nem ouviu as reivindicações”, explica ao Capital News.

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Amado explica que a paralização vai continuar até que prefeito aceite negociar
Foto: Deurico/Capital News

Cheik afirma que a mobilização vai continuar até que haja uma solução. “Só estamos pedindo o que é justo. Agente entra em terreno baldio, está sujeito a encontrar cobras, se cortar com vidro, mexer em coisas sujas.”

De acordo com o sindicalista, o problema chegou a um ponto que quem deve resolver é o prefeito Nelson Trad Filho (PMDB). “Já saiu da ordem do secretário Municipal de saúde. Não é interessante para eles negociarem com a categoria. É uma pena que o prefeito perca tempo tentando nos intimidar ao invés de resolver.”

O agente de saúde Lorival Pereira lembrou da paralisação de um dia e meio realizada em janeiro deste ano. “Nós voltamos ao trabalho sem acordo, confiando na promessa de que até o fim de janeiro ia resolver, mas não mudou nada”, desabafa.

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O Agente de Saúde Lorival Pereira diz que apenas parte da produtividade é repassada aos trabalhadores
Foto: Deurico/Capital News

O problema

Lorival explica que até o ano passado, os agentes recebiam o salário de R$ 479, mas com o aumento do salário mínimo, a prefeitura foi obrigada a aumentar para R$ 510, já que ninguém pode receber menos que isso.

“O que acontece é que o Governo Federal repassa todos os meses um valor alto de produtividade, cerca de R$580, mas a prefeitura só repassa para agente um valor que varia de R$ 144 a R$ 250 por agente”, reclama.

Segundo ele, a alegação é que o restante é utilizado na compra de uniformes e material para o trabalho. “Nosso dinheiro é usado para gastos que não seriam nossos”.

O diretor do Sintesp explica que é pedido um reajuste de 63% na produtividade, baseado em uma proposta de Planos de Cargos e Carreiras (PCC). “O prefeito está acostumado a lidar com outras pessoas. Essas aqui sabem dos seus direitos.”

Reclamações

Além da defasagem nos salários, os agentes reclamam que muitas vezes tem que fazer trabalhos não previstos, como mutirão de limpeza e recolhimento do lixo. “Agente não tem que limpar o quintal dos outros”, diz uma agente que não quis se identificar.

O agente Drailton Santos Fogaça mostrou o holerite de R$ 180 e justificou “É descontado 21% dos salários entre passe, previdência e plano de saúde, isso sem usar o plano. Uma colega grávida usou e o salário dela veio em R$ 73.”.

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Drailton mostra o holerite. Com os descontos, salário vai a R$ 180
Foto: Deurico/Capital News


Por: Nadia Nadalon-estagiária (www.capitalnews.com.br)

 

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