A comunidade indígena Guató, que vive na aldeia Uberaba, localizada na Ilha Ínsua, a cerca de 330 km de Corumbá, no Pantanal do Mato Grosso do Sul, tem um motivo especial para comemorar. Cerca de duzentos indígenas, que antes viviam isolados, agora possuem acesso à internet, a única forma de comunicação com o mundo externo, já que na aldeia não há serviço de telefonia.
A instalação da internet via satélite foi possibilitada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região e pelo Ministério Público do Trabalho, que destinaram recursos trabalhistas para esse projeto. O pedido partiu dos próprios indígenas à Justiça do Trabalho e à Polícia Militar Ambiental durante uma Expedição de Educação Ambiental no Pantanal realizada em dezembro do ano passado.
Para os guatós, o acesso à internet representa a superação do isolamento, possibilitando uma conexão com a sociedade externa, além de facilitar o trabalho dos professores da Escola Estadual Indígena João Quirino de Carvalho - Toghopanãa, localizada na aldeia.
Os representantes do Tribunal Regional do Trabalho, o desembargador João de Deus Gomes de Souza e o juiz Márcio Alexandre da Silva, estiveram na aldeia durante a videoconferência que marcou o momento histórico para os guatós. O desembargador destacou a importância dessa parceria para a distribuição da justiça social e a inclusão dos excluídos do mundo.
A mensalidade do serviço de internet será custeada pelas famílias indígenas, e a internet também será disponibilizada para a Escola Toghopanãa. A instalação e deslocamento foram proporcionados pela Polícia Militar Ambiental, que enfatizou a importância dessa comunicação para suas operações na região.
A aldeia Uberaba é uma área de cerca de 10 mil hectares, situada na região noroeste de Corumbá. Os indígenas Guató dependem principalmente da pesca, caça e agricultura para sua subsistência, com o plantio de mandioca, milho e cereais.