Uma nova empresa de ferrovias, a Ferrosul, irá integrar os Estados do Codesul (Conselho de Desenvolvimento da Região Sul) ao Norte, Sudeste e portos mais importantes do Brasil. A criação da Ferrosul foi anunciada na manhã desta quarta-feira, 18 de novembro, em encontro da entidade formada por Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo, no parque dos Poderes, na Capital.
Conforme o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), a nova empresa será gerada da atual Ferroeste, pertencente àquele Estado. “O transporte vai passar pela parte onde está a maior concentração da produção agrícola do Brasil”, diz.
Para que a empreitada torne-se concreta, é preciso que as Assembleias Legislativas de cada Estado votem favoravelmente a projetos de leis autorizativas para que exista a administração compartilhada.
De acordo com o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, no encontro desta quarta, formou-se um grupo de trabalho para que, daqui a trinta dias, exista uma resolução sobre o tema, traçando os novos rumos para a formalização da criação da nova empresa.
Foram investidos R$ 800 milhões pelo governo do Paraná na construção de linhas férreas. Gomes informa que os Estados parceiros irão arcar com as maiores despesas daqui para frente, por conta disso. “Estamos fazendo uma aliança estratégica. O Paraná já investiu muito e a Ferroeste já tem o direito de construir estas novas linhas. Mas, agora, nada mais justo do que, já que os estados do Codesul serão caminho, que eles façam parte da administração da empresa, por isso, criarmos a Ferrosul. Basta que os Estados, mediante leis autorizativas votadas nas Assembleias Legislativas, confirmem suas participações, através de compra de ações.”
Gomes afirma que o ponto de interligação entre as ferrovias que ligam o Norte do Brasil ao Sul e Sudeste será Maracaju (cidade distante 161 quilômetros a sudoeste da Capital).
Para o governador André Puccinelli (PMDB), “Maracaju e seu entorno é a região mais produtiva do Estado. A ferrovia rumo ao Paranaguá [porto na cidade paranaense banhada pelo Atlântico]. Então, essa ligação Maracaju/Dourados/Guaíra (PR)/ Cascavel (PR) – que são 510 quilômetros e deve custar uns R$ 2 bilhões – é essencial para escoar a produção. É um projeto a longo prazo.”
Os governadores Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC) e Yeda Crusius (PSDB-RS) também presentes, concordaram que a construção das linhas é de suma importância para o crescimento econômico da região. “Ferrovia, junto com hidrovia, são os modais de transporte mais baratos para escoar produção. È crime que o Brasil tenha abandonado isso”, disse Silveira. “A ferrovia vai passar exatamente onde existe muita produção, mas há carência de rodovias e de rios”, explicou Yeda.
Os trilhos também percorrerão trechos de nove Províncias argentinas, oito bolivianas, três chilenas (ligando Atlântico a Pacífico) e todo o Paraguai.
Deputados estaduais e federais também estavam presentes, além do governador da Província de Salta, na Argentina, Juan Manuel Urtubey, representando a Zicosul (Zona de Integração do Centro-Oeste da América do Sul), parceira no projeto.
Por: Marcelo Eduardo – (www.capitalnews.com.br)