Cerca de 300 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), estão ocupando desde ontem (16), o estacionamento do Instituto Nacional e Colonização e Reforma Agrária em Campo Grande. Conforme o coordenador do MST, José de Oliveira, 56 anos, estamos reivindicando a liberação de créditos para a concessão de moradias e melhorias na infra-estrutura que está paralisadas por falta desses recursos.
Os assentados e acampados estão neste momento com os líderes reunidos com o Superintendente do Incra, Celso Cestari, no auditório resolvendo as pautas nacionais e estaduais. O MST quer que o Incra para tomar medidas que acelerarão a reforma agrária.
Lideres do MST com o superintendente do Incra, Celso Cestari
Foto: Deurico/Capital News
Maria Inês Nunes, de 53 anos, faz parte do acampamento de Anhanduí e cita que quer um pedaço de chão para cuidar dos netos e fazer plantação para sobreviver. “ Somos todos amigos e viemos para o Incra para acelerar os processos para a nossa própria melhoria”.
Maria e do acampamento de Anhanduí e está no MST há um ano
Foto: Deurico/Capital News
Em Brasília os sem-terra invadiram a sede do Ministério do Desenvolvimento Agrário e impediram que os servidores entrassem no prédio, que fica na Esplanada dos Ministérios. Funcionários dos ministérios do Esporte e das Cidades, além da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, que funcionam no mesmo prédio, também foram impedidos de trabalhar.
Conforme a Agência Brasil, em nota, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, afirmou que só negociará com os manifestante após a desocupação. Hoje (17), os sem-terra vão marchar até o Supremo Tribunal Federal (STF), na Praça dos Três Poderes, para promover uma manifestação pelos 16 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, quando 19 camponeses foram mortos em uma ação da Polícia Militar do Pará para desobstruir a BR-155, ocupada pelos manifestantes.
BR-163
Em Mato Grosso do Sul na BR-163 os sem terra bloquearam na manhã de ontem (16), por volta das 05h30, a pista na cidade de Itaquiraí. O transito está sendo impedido de passar veículos. O protesto e a desocupação da sede do Incra não tem data prevista para a saída dos sem-terra. Com informações da Agência Brasil.
Para a assentada de Sidrolândia, Luzia Vieira, 42 anos, os recursos ganhados do Incra e do Ministério Público Estadual, é muito lento. “ Estamos aqui reunidos em busca de algo melhor. O meu sonho é terminar de construir a minha casa e ter o leu lar. Desde 2000 estou no MST. Antes trabalhava como catadora de lixos e em carvoarias. Era tudo ilegal . Agora trabalho como vendedora de leite para um laticínio. E sobrevivo trabalhando.
Luzia Vieira, disse que estava com duas filhas e uma neta e querem um pedaço de terra para sobreviver
Foto: Deurico/Capital News
Sebastião Rodrigues, 47 anos, disse que tem a terra mas não tem recursos para levantar a casa. “ Falta tudo, água, luz e dinheiro para erguer a minha casa. Estou há seis anos tentando construir buscando os meus recursos e está tudo paralisado”, cita.
Sebastião Rodrigues, 47 anos, disse que tem a terra mas não tem o crédito para construir uma casa
Foto: Deurico/Capital News
