A restauração do Complexo Ferroviário é uma das ações propostas no Plano de Revitalização do Centro de Campo Grande - que se transformou em Lei municipal (Lei Complementar n. 161, de 20 de julho 2010). As ações começam pela revitalização da Estação Ferroviária com a assinatura, pelo prefeito Nelson Trad Filho e da Superintendente do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Margareth Escobar da ordem de serviço e da formalização do início das obras.
A solenidade acontece no dia 2 de setembro, a partir das 19 horas, durante a abertura oficial do workshop Gestão Compartilhada do Patrimônio Cultural – ações educativas e de fiscalização. O evento é promovido pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), em conjunto com o Crea/MS, Governo do Estado, Prefeitura de Campo Grande, por meio do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Planurb) e Prefeitura de Corumbá (veja matéria do evento no site).
Os recursos iniciais, na ordem de R$ 2,5 milhões, oriundos do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) das Cidades Históricas já foram alocados pelo Iphan. De acordo com o prefeito Nelsinho Trad, o início do processo de recuperação do centro de Campo Grande acontece justamente no local onde a cidade começou. “É um passo importante para a preservação das origens do desenvolvimento da cidade”, explica o prefeito referindo-se à antiga Estrada de Ferro Noroeste do Brasil.
Com a intervenção no imóvel da Estação Ferroviária, Campo Grande ganhará a restauração do prédio e a implantação do Centro de Documentação da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. Além da Estação, passarão, posteriormente, por obras o Armazém Cultural, os galpões de manutenção dos trens, a rotunda da ferroviária e a Rua Dr. Ferreira, na Vila dos Ferroviários. A execução das obras de restauro da Estação será feita pela vencedora da licitação, a empresa Marco Arquitetura, Engenharia Construções e Comércio Ltda.
Para a diretora-presidente do Planurb (Instituto Municipal de Planejamento Urbano), Marta Lúcia da Silva Martinez a restauração da Estação Ferroviária e posteriormente de todo o Complexo, garante a preservação de um momento da história de Campo Grande, tendo como reflexo o desenvolvimento econômico, social e cultural com a promoção do turismo cultural na cidade. “Campo Grande vai ganhar não só um local de valorização da história da cidade, mas um novo espaço de lazer para o campo-grandense e visitantes de fora”, analisa a diretora.
As intervenções na Estação Ferroviária:
- Saguão
Haverá um centro de atendimento ao turista, guichês da bilheteria, loja para venda de produtos culturais, regionais e lembranças diversas.
- Área de embarque/desembarque
Terá lanchonete cultural e pátio coberto para realização de feiras de antiguidades, livros, artesanato e outras manifestações.
- Área multiuso
Área com flexibilidade de utilização para exposições temporárias ou auditório com cadeiras móveis. Esse ambiente terá estrutura metálica e fechamento em vidro, o que vai possibilitar integração com o pátio coberto.
- Centro de Documentação da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil
A proposta é criar ambientes divididos em setores de “Espaço Ciência”, onde serão expostos os objetos restaurados e de “Espaço História”, com projeção por meio de data show da história da ferrovia em Mato Grosso do Sul e Campo Grande e de seus participantes, como depoimentos de ex-ferroviários. Um espaço será destinado à documentação museológica, exposição de mapas e fotos, consulta de documentos, além de oficina para restauração documental.
Ferrovia Noroeste do Brasil
A cidade de Campo Grande teve seu desenvolvimento marcado pela chegada da EFNOB (Empresa Ferroviária Noroeste do Brasil) que induziu sua urbanização, influenciou o desenho do arruamento e a ocupação do espaço nas proximidades da linha férrea, com diversas tipologias de edificações, como a Vila dos Ferroviários, a rotunda e plataformas. A Estação é o edifício mais emblemático do Complexo Ferroviário e um dos mais importantes também para o estado de Mato Grosso do Sul.
História
A inauguração da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, em 1914, representa uma nova etapa no desenvolvimento da cidade de Campo Grande. Com a estação ferroviária instalada a cerca de um quilômetro ao sul do seu núcleo original, a malha urbana foi expandida para que a mesma pudesse ser incorporada à cidade. Constituindo-se num polo de gravitação a partir das plataformas de embarque e dos armazéns de carga, a estação passa a competir em importância com o centro urbano existente, no entorno da Rua Velha (atual Rua 26 de Agosto), primeira via da cidade, onde até então estava concentrada toda atividade econômica, política e social da cidade.(Fonte: Prefeitura da Capital)