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Agronegócio Domingo, 29 de Dezembro de 2024, 11:11 - A | A

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Balanço

Ano de recordes e oscilações marca a pecuária brasileira em 2024

Setor bate recordes de abate, produção e exportação, mas enfrenta forte volatilidade nos preços ao longo do ano

Elaine Oliveira
Capital News

O ano de 2024 trouxe grandes conquistas e desafios para a pecuária brasileira. O setor registrou recordes históricos em abate, produção, disponibilidade interna e exportação de carne bovina. No entanto, as fortes oscilações nos preços marcaram o cenário, afetando tanto os pecuaristas quanto os frigoríficos.

Durante o primeiro semestre, o preço do boi gordo seguiu em queda. Em junho, o Indicador CEPEA/B3 (estado de São Paulo) atingiu a mínima do ano, fechando a R$ 215,30 por arroba. A queda foi impulsionada pelas más condições das pastagens, que levaram pecuaristas a aumentarem as vendas, inclusive de fêmeas, como estratégia para reduzir custos e evitar perda de peso nos animais.

Segundo o IBGE, o número de animais abatidos no primeiro semestre aumentou 21,2% em relação ao mesmo período de 2023. Por outro lado, as exportações seguiam em alta, alcançando uma média de 250 mil toneladas mensais. Esse cenário foi favorável aos frigoríficos, mas trouxe dificuldades para os pecuaristas.

Em agosto, o cenário começou a mudar. A demanda dos frigoríficos por novos lotes de animais aumentou significativamente, elevando os preços pagos aos pecuaristas. Esse movimento impulsionou a valorização da arroba e dos valores de reposição.

No mercado interno, a demanda por carne bovina se aqueceu, enquanto as exportações mantiveram um ritmo acelerado, beneficiadas pela valorização do dólar. Até novembro, o Brasil havia exportado 2,65 milhões de toneladas de carne bovina (in natura e processada), um aumento de 28,7% em comparação com o mesmo período de 2023, renovando o recorde histórico.

Apesar do forte desempenho, a última semana de novembro trouxe uma reviravolta. Os frigoríficos reduziram as compras de boi, o que resultou em uma queda acentuada nos preços no mercado nacional. Na primeira quinzena de dezembro, o boi gordo já havia registrado uma desvalorização de 11%.

O ano de 2024, portanto, consolidou-se como um marco para a pecuária brasileira, destacando o potencial de crescimento do setor e os desafios de lidar com as oscilações de mercado.

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