As equipes da Aprosoja/MS continuam monitorando o desenvolvimento e a colheita da segunda safra de milho do ano agrícola 2023/2024 em Mato Grosso do Sul. Informações levantadas junto a empresas de assistência técnica, produtores rurais, sindicatos rurais e empresas privadas indicam que a área destinada ao milho na segunda safra de 2023/2024 deve ser 5,8% menor em comparação ao ciclo anterior, totalizando 2,2 milhões de hectares.
A produtividade estimada é de 86,3 sacas por hectare, gerando uma expectativa de produção de 11,4 milhões de toneladas. No entanto, a safra tem enfrentado perdas significativas devido ao estresse hídrico, que afetou 750 mil hectares no estado. Os períodos de seca ocorreram entre março e abril e mais recentemente, entre abril e julho, com mais de 90 dias sem chuva.
De acordo com dados do Cemtec/Semadesc, a chuva em junho de 2024 ficou muito abaixo da média histórica, variando entre 0 e 10 mm em todo o estado. Todos os municípios apresentaram até 30 dias sem ocorrência de chuvas durante o mês. Aral Moreira registrou a maior precipitação, com apenas 4,4 mm de chuva acumulada, representando 95% abaixo da média histórica.
A colheita já alcançou 29,6% da área plantada, aproximadamente 656 mil hectares. A região sul do estado está mais avançada na colheita, com uma média de 34,2%, e municípios como Sete Quedas, Aral Moreira, Amambai, Caarapó, Douradina, Iguatemi e Laguna Caarapã já colheram cerca de 50% da área plantada.
Na região norte, a média de colheita é de 24,5%, com destaque para Alcinópolis e Paraíso das Águas, onde cerca de 60% da área já foi colhida. Na região central, a área colhida é de 17,2%, com Rio Brilhante destacando-se com cerca de 25% da área total colhida.
Os técnicos do Projeto SIGA-MS realizam visitas diárias às regiões de cultivo para coletar dados sobre as condições das lavouras. Eles avaliam diversos aspectos técnicos das plantações de milho, classificando-as como "ruim", "regular" ou "bom" com base em critérios específicos. "Estamos enfrentando um grande desafio com essa seca prolongada, que tem afetado significativamente a produtividade das lavouras", afirmou um dos técnicos.
A produtividade é avaliada com base em dados de campo, onde técnicos medem parâmetros como a média de plantas por linha, a média de sementes por planta, as perdas e o peso de mil grãos, ajustando com base na umidade do grão. A produtividade informada pelos produtores sobre a área total é considerada definitiva.
Os dados de produtividade são ponderados levando em consideração a área plantada de cada propriedade, influenciando diretamente a produtividade média final do município ou estado. Esse processo assegura que propriedades e municípios com áreas maiores tenham um impacto proporcionalmente maior na produtividade média final.
Esses dados são fundamentais para entender a realidade da produção de grãos em Mato Grosso do Sul e para planejar ações futuras visando a melhoria e a sustentabilidade da produção agrícola no estado.