A escassez de auditores fiscais federais agropecuários (AFFAs) nos principais aeroportos brasileiros está gerando preocupações significativas quanto à capacidade do país de controlar a entrada de produtos de origem animal e vegetal que podem ameaçar a segurança alimentar e a economia nacional. Esses profissionais são fundamentais na fiscalização de bagagens e cargas internacionais, desempenhando um papel crucial na prevenção da entrada de pragas e doenças.
No Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, que recentemente dobrou o número de passageiros, apenas 14 auditores são responsáveis pela fiscalização de cerca de 8,9 mil passageiros internacionais diariamente. A situação é semelhante em outros aeroportos importantes do país, como Guarulhos, onde 21 auditores tentam dar conta de mais de 140 voos internacionais diários, e Viracopos, que opera com metade da equipe ideal para a demanda.
“Os auditores precisam fiscalizar uma ampla variedade de itens em todos os voos internacionais que chegam ao Brasil. É um trabalho que exige comprometimento e dedicação, mas é necessário ter pessoal suficiente para que essas operações sejam sempre realizadas nas melhores condições possíveis,” alerta Janus Pablo Macedo, presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical).
A situação se agrava em aeroportos como o de Maceió, que recebe voos internacionais sem a presença de auditores agropecuários, e em Confins, onde apenas cinco profissionais estão disponíveis para cobrir a demanda, incluindo voos que chegam de madrugada. Nos aeroportos de Recife e Salvador, as equipes também estão defasadas, com apenas oito e cinco auditores, respectivamente, para inspecionar voos internacionais e produtos sensíveis.
Essa insuficiência de pessoal aumenta os riscos de entrada de produtos contaminados que podem causar sérios prejuízos ao agronegócio brasileiro, setor vital para a economia do país. A introdução de doenças como a peste suína africana, por exemplo, pode resultar em embargos econômicos e perdas bilionárias.
Janus Pablo destaca a necessidade urgente de reforçar o quadro de auditores para garantir a segurança das fronteiras brasileiras. “Reforçar o quadro de auditores fiscais federais agropecuários é uma necessidade urgente para que o país continue a garantir a segurança das fronteiras, a competitividade do agronegócio e mitigar possíveis riscos,” enfatiza.
Com a atual defasagem, o Brasil fica vulnerável a ameaças que podem comprometer sua segurança alimentar e sua posição no mercado global. É crucial que as autoridades tomem medidas rápidas para aumentar o número de auditores nos aeroportos, garantindo uma fiscalização eficaz e protegendo o país de potenciais riscos.