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Agronegócio Terça-feira, 23 de Julho de 2024, 15:45 - A | A

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Licença Prévia marca avanço no projeto ferroviário da Eldorado Celulose

Compensações ambientais são concedidas para construção de ramal ferroviário em Mato Grosso do Sul

Vivianne Nunes
Capital News

Bruno Chaves/Arquivo Capital News

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Eldorado Brasil, fábricas de celulose

Publicada na edição da última quinta-feira (18) no Diário Oficial do Estado, a Licença Prévia para a construção do ramal ferroviário que ligará a fábrica de celulose da Eldorado de Três Lagoas à Ferronorte, em Aparecida do Taboado, é um marco para a instalação do ramal e a empresa se comprometeu a pagar mais de R$ 7,8 milhões em compensações ambientais ao Governo do Estado.

O projeto, que está nos planos desde 2010, finalmente começa a sair do papel. Segundo o documento, o ramal terá inicialmente 89 quilômetros e demandará investimentos de R$ 890 milhões. Este valor, de aproximadamente R$ 10 milhões por quilômetro, está defasado, já que é baseado em uma estimativa de pelo menos quatro anos atrás. A chilena Arauco, por exemplo, estima um custo de R$ 17 milhões por quilômetro para a construção de um ramal de 47 quilômetros em Inocência.

A compensação ambiental exigida pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), no valor de R$ 7.823.100,00, é uma prática comum em obras que provocam impactos significativos na região onde são instaladas.

Em 2021, a Eldorado obteve autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para a construção do ramal ferroviário, mas só em abril deste ano conseguiu a licença para desapropriação, mediante a devida indenização, das terras pelas quais a ferrovia passará. O início dos trabalhos, porém, dependia das licenças ambientais locais, que agora foram concedidas.

A. Ramos/Capital News

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A Eldorado planeja usar o ramal para despachar as cerca de 1,7 milhão de toneladas de celulose produzidas anualmente até Aparecida do Taboado, onde a carga será transferida para a linha troncal da Ferronorte, que se conecta ao porto de Santos. Atualmente, esse transporte é feito por caminhões. O volume de celulose pode dobrar, pois os irmãos Joesley e Wesley Batista, controladores da Eldorado Celulose, prometem investir cerca de R$ 15 bilhões para aumentar a capacidade de produção da fábrica.

Além da Eldorado, a Suzano, que possui uma fábrica de celulose em Três Lagoas com capacidade para produzir 3,25 milhões de toneladas por ano, também solicitou autorização da ANTT para a construção de uma ferrovia até Aparecida do Taboado. No entanto, a agência já indicou que concederá apenas uma autorização, obrigando as concorrentes a utilizarem o mesmo ramal ou a manterem o transporte por rodovia.

Impactos e expectativas

Com a publicação no Diário Oficial, o projeto ferroviário da Eldorado Celulose avança para a fase de implementação, prometendo não apenas facilitar o transporte de celulose, mas também reduzir o impacto ambiental associado ao transporte rodoviário. A licença de desapropriação já obtida e a recente concessão das licenças ambientais locais permitem que a empresa inicie as obras, concretizando um projeto que há anos está em gestação. A expectativa é que o ramal ferroviário traga maior eficiência e sustentabilidade para a indústria de celulose no Mato Grosso do Sul.

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