Uma parceria do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) junto à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), está sendo feita para investir recursos orçamentários em uma iniciativa inovadora visando o desenvolvimento de um Zoneamento Agrícola de Risco Climático para a produção forrageira para pecuária de corte.
A pecuária de corte, baseada em pastagens, é uma atividade relevante na economia brasileira e enfrenta grandes desafios atualmente. Com a grande demanda por corte bovino em contraponto a redução da área de pastagens nos últimos 20 anos, é fundamental aplicar maior eficiência ambiental nos processos produtivos.
A tecnologia torna-se o motor para que melhores resultados sejam alcançados. Informações do sistema clima x solo x planta x animal podem ser incluídos no modelo de previsão da produtividade de forragem de pastagens para geração de um Zarc nesta modalidade.
Zarc para forrageiras
O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para pecuária é um pouco mais complexo que o zoneamento para culturas agrícolas, pois o sistema envolve mais um componente: o animal.
Está sendo desenvolvido um modelo matemático para a elaboração do zoneamento agrícola de risco climático que é capaz de simular a capacidade de suporte das pastagens, seu risco e a necessidade de suplementação alimentar dos animais a partir de dados de variações climatológicas em séries históricas de longa duração e de características do solo. O balanço entre o crescimento do pasto e a demanda por alimentos é o principal fator para identificação do risco climático no Zarc forrageiras para pecuária de corte.
A partir dos resultados do Zarc Pecuária será possível verificar a taxa de lotação crítica das pastagens em cada município e os meses com maior risco de faltar alimentos em função da taxa de lotação animal utilizada. Os resultados obtidos serão submetidos à validação pela Embrapa, por instituições de pesquisa parceiras e pelo setor produtivo por meio de reuniões.
Zarc
O Zoneamento Agrícola de Risco Climático, coordenado pelo Mapa e executado pela Embrapa, com apoio do Banco Central do Brasil, já apresentou resultados indicativos das épocas de cultivo de menores riscos de perdas, relacionadas ao clima, para mais de 60 sistemas produtivos no País. Essas informações são relevantes para permitir o acesso ao crédito agrícola e para atender as exigências para o acesso ao Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e ao Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR).
O Zarc é uma importante ferramenta para a redução dos riscos de perdas na agropecuária e minimização das perdas de ordem econômica.