O preço do milho disparou até 8,8% nos primeiros dez dias de março em Mato Grosso do Sul, com a saca sendo comercializada por até R$ 75,00, e a expectativa é que chegue a R$ 80,00 em breve. Isso torna cada vez mais distante a possibilidade de uma queda no preço dos alimentos. O milho é um insumo essencial na produção de suínos, aves, ovos, leite e carne bovina, e enquanto seu preço se mantiver alto, a tendência é que os alimentos continuem caros.
A isenção de impostos sobre a importação de milho, decretada pelo Governo Federal, não terá impacto imediato, segundo o corretor Carlos Dávalo. Ele explica que, mesmo com a isenção, a tonelada de milho vinda da Argentina, por exemplo, chega a Porto Murtinho custando 280 dólares, o que representa um valor bem superior ao da cotação local. O preço médio do milho, que era R$ 72,00 no ano passado, está 55% mais alto agora, o que é considerado histórico para o setor.
Com o preço elevado, o plantio do milho safrinha tem sido maior do que o previsto. Inicialmente estimado em 2,1 milhões de hectares, agora a área plantada pode chegar a 2,5 milhões de hectares, o que deverá resultar em uma produção de cerca de 14 milhões de toneladas, igualando a safra de 2023. A alta nos preços também é impulsionada pela forte demanda dos criadores de gado confinado, que aumentaram os abates em 21% no primeiro bimestre deste ano, comparado à média dos últimos cinco anos.
Embora a demanda por milho possa diminuir devido à expectativa de queda nos abates de gado, os contratos de venda futura para julho, quando começa a colheita da safrinha, ainda apresentam preços elevados. Atualmente, cerca de 17% da próxima safra já foi vendida por até R$ 60,00 a saca, o que atrai muitos produtores a ampliaram suas áreas de cultivo. Apesar da possível queda nos preços nas próximas semanas, o mercado ainda está aquecido, e muitos agricultores continuam a plantar milho devido aos preços vantajosos.