O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) realizou o 3º encontro do Fórum “Rota Sustentável de Prevenção a Colisões com a Fauna Silvestre nas Rodovias do MS”, reforçando o compromisso com a redução de acidentes envolvendo animais silvestres no estado. O evento, coordenado pelo Núcleo Ambiental do MPMS, reuniu representantes de diversos órgãos ambientais e de infraestrutura para discutir medidas preventivas e mitigatórias.
Criado em julho de 2023, o fórum visa desenvolver soluções para minimizar o impacto da malha rodoviária sobre a fauna sul-mato-grossense, especialmente em trechos pavimentados e não pavimentados das rodovias estaduais. Entre os participantes desta edição, estavam representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (AGESUL), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (IMASUL), Polícia Rodoviária Federal, Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS) e Instituto SOS Pantanal.
Estudo aponta pontos críticos de atropelamento na região de Bonito
Um dos destaques do encontro foi a apresentação do estudo “Bonito para quem?”, desenvolvido pela bióloga Amanda Messias, mestre em Conservação e Biodiversidade. Durante seis meses de pesquisa, a especialista analisou três rodovias estaduais que dão acesso ao município de Bonito (MS-178, MS-345 e MS-382), identificando os trechos de maior risco de atropelamento de fauna.
O estudo mapeou os chamados “hotspots”, pontos críticos com maior incidência de colisões com animais, além de avaliar estruturas inferiores como pontes, caixas secas e bueiros, que poderiam ser adaptadas para servirem como passagens seguras para a fauna. Segundo Amanda, essas informações podem tornar as ações de mitigação mais eficazes.
“Conservar a fauna silvestre no entorno das rodovias é um desafio ambiental que exige esforços contínuos. É necessário haver integração e diálogo entre sociedade civil, comunidade científica, órgãos ambientais, ONGs e gestores de rodovias. É possível e viável”, destacou a bióloga.
Impactos da Rota Bioceânica e grandes empreendimentos
O promotor de Justiça do Núcleo Ambiental do MPMS, Luciano Furtado Loubet, ressaltou que o fórum ganha ainda mais importância com a chegada de grandes empreendimentos ao estado e a implementação da Rota Bioceânica, que deve aumentar significativamente o tráfego de cargas nas rodovias de Mato Grosso do Sul.
Os representantes das entidades participantes reforçaram a necessidade de planejamento e captação de recursos para viabilizar medidas de mitigação, principalmente em projetos antigos que demandam atualização e melhorias.
Com a continuidade do fórum, o MPMS busca construir soluções sustentáveis para preservar a biodiversidade, reduzindo os impactos da infraestrutura rodoviária sobre a fauna e garantindo um desenvolvimento mais equilibrado para Mato Grosso do Sul.