A Usina Termelétrica (UTE) da Suzano, localizada em Ribas do Rio Pardo no Mato Groso do Sul, iniciou oficialmente sua operação comercial nesta semana. A usina utiliza como principal combustível o licor negro, uma biomassa de origem florestal de alto teor energético gerado pela própria indústria de celulose e papel da empresa.
Com a autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), emitida em 29 de janeiro, a UTE Suzano passa a integrar a matriz elétrica do Brasil, com capacidade instalada de 384 megawatts (MW). A usina gerará energia suficiente para abastecer todas as residências de Mato Grosso do Sul por pelo menos seis meses, embora a maior parte dessa energia seja destinada ao funcionamento da própria fábrica.
Divulgação/Suzano
O licor negro é classificado como uma biomassa de origem florestal de alto teor energético
A usina faz parte de um esforço do governo e do setor privado para ampliar e diversificar a oferta de energia no Brasil. Além de garantir autossuficiência energética para a Suzano, o excedente de aproximadamente 180 MW será direcionado para os fornecedores da fábrica e contribuirá para o Sistema Interligado Nacional (SIN). Esse excedente é capaz de abastecer uma região com mais de 2 milhões de habitantes, como duas cidades do porte de Campo Grande.
Com a autorização para integrar o SIN, a usina se torna a segunda maior geradora de energia a partir de biomassa no Brasil, atrás apenas da unidade em Lençóis Paulista, SP. No estado de Mato Grosso do Sul, é a segunda maior, perdendo apenas para a usina termelétrica da Petrobras em Três Lagoas. A maior geradora do estado é a usina de Jupiá, localizada na divisa entre Mato Grosso do Sul e São Paulo.
A biomassa de licor negro é um subproduto do processo Kraft, utilizado na produção de celulose. Quando queimado na caldeira, o licor negro gera calor e vapor, o que, por sua vez, produz eletricidade. Além da UTE Suzano, há outros 22 empreendimentos no Brasil que utilizam licor negro para geração de energia, com uma capacidade total de 3.307.000 kW.