O crescimento das apostas on-line em 2024 causou impactos negativos no varejo e em toda a cadeia produtiva brasileira. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o setor perdeu R$ 103 bilhões em faturamento anual devido ao redirecionamento de recursos das famílias para os jogos. A pesquisa também revela que 1,8 milhão de brasileiros se tornaram inadimplentes por comprometerem a renda com as apostas.
Esse descontrole financeiro afetou diretamente o consumo de bens essenciais, com redução nas compras de itens de primeira necessidade e na contratação de serviços. José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, afirma que as apostas on-line estão ampliando as desigualdades e desviando recursos fundamentais, prejudicando o funcionamento da economia formal e o acesso das famílias a produtos e serviços essenciais.
A CNC analisou o impacto econômico das apostas on-line em dois cenários, com gastos de R$ 24 bilhões e R$ 240 bilhões anuais. No primeiro cenário, os prejuízos chegam a R$ 39 bilhões no faturamento, R$ 19,5 bilhões no PIB e R$ 2,1 bilhões em impostos não arrecadados. No segundo, os danos aumentam para R$ 364 bilhões em faturamento, R$ 219 bilhões no PIB e R$ 14,5 bilhões em tributos deixados de ser pagos.
A CNC destaca a importância de regulamentar o setor de apostas on-line para mitigar esses impactos econômicos. Entre as propostas, estão a imposição de limites para os jogos, campanhas de conscientização e programas de apoio aos viciados. Além disso, a regulamentação dos cassinos físicos poderia gerar uma arrecadação de até R$ 22 bilhões anuais, recursos que poderiam ser direcionados para áreas como saúde, educação e programas sociais.
