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ENTREVISTA Quarta-feira, 06 de Fevereiro de 2013, 08:00 - A | A

Quarta-feira, 06 de Fevereiro de 2013, 08h:00 - A | A

Presidente da Famasul elogia trabalho contra aftosa e destaca qualidade do rebanho de MS

Fernanda Kintschner - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Setor forte e influente, o agronegócio é o berço da economia que faz o nome de Mato Grosso do Sul ser conhecido em todo o mundo. Portanto, uma representação de peso se faz necessária às 60 mil propriedades rurais que geram grande parte da riqueza que há por aqui. A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) assume este papel.

Na entrevista exclusiva ao Capital News, o presidente da Famasul, Eduardo Ridel, fala sobre a qualidade da carne sul-mato-grossense, sobre o risco de aftosa e desmistifica que a maior parte dos proprietários sejam grandes latifundiários.

Capital News - Qual a representação da Famasul, em um contexto geral, a forma em que vocês atuam?

Eduardo Ridel - A Famasul é uma instituição que congrega 68 sindicatos rurais no Estado de Mato Grosso do Sul e cada um dos sindicatos representa os produtores do município em que estão sediados. Então, representamos assim os produtores do Estado e todos os interesses deles, em todas as cadeias produtivas em que eles atuam ou buscando gerar maior competitividade do setor, com representação política, ações de campo com tecnologia, então tem um leque de atuação muito grande.

As que ficam mais em evidência é a pecuária de corte e a agricultura, porque são as principais atividades do Estado, então naturalmente você acaba direcionando atividades específicas para esses setores, mas nossas ações também estão na avicultura de corte, no leite, na caprinocultura, na piscicultura.

Capital News - Você tem o perfil destes produtores?

Eduardo Ridel - Somos 60 mil propriedades no Estado de Mato Grosso do Sul, a maioria são pequenos produtores, um volume muito grande na pecuária de corte, na de leite e na agricultura. O que domina é pequena e média propriedade, são quase 90% deles. Você conta nos dedos, os grandes produtores, menos de 4%. Dois apenas são considerados grandes.

Capital News - A agricultura familiar ganha dos grandes produtores então?

Eduardo Ridel - Em número sim. Mas esse conceito de agricultura familiar não usamos mais, porque há uma dicotomia. No conceito da política pública, tem o Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Ministério da Agricultura estão direcionados a públicos diferentes, então este conceito para a política é que agricultura familiar é onde não haja funcionário por parte do produtor, ou não ultrapasse quatro módulos.

No nosso entendimento esse é um conceito ultrapassado. Porque você pode ter uma pequena propriedade extremamente rentável, ativa e produtiva. O que deve ser defendido sim para que dê resultado no ponto de vista comercial. Já a agricultura de subsistência é também além de produzir o seu alimento para consumo próprio é comercializar o seu excedente, mesmo porque ele não compra televisão com banana. Como ele vai evoluir na vida de uma maneira em geral e de bens de consumo? Com dinheiro. Então a intenção é que produzam, consumam, aufiram lucro e com ele possam ter sua vida desenvolvida e isso é comercial. Então você não pode condenar a agricultura familiar a não ter lucro ou não ser comercial. Então a gente considera todo produtor, de qualquer tamanho como cliente dos sindicatos e da Famasul.

Capital News - Aproveitando que o senhor está falando de políticas públicas, você acha que o setor está sendo bem atendido pelas políticas públicas do Governo do Estado e do Governo Federal?

Eduardo Ridel - Esse é um trabalho permanente. A gente não acredita que terá uma transformação da noite para o dia. Eu acho que houve uma mudança extremamente expressiva nos últimos 10 anos da percepção da sociedade em relação ao agro, ao rural brasileiro. Antes considerado um setor atrasado, um setor, marginalizado pela realidade que vivia. Nos últimos 15 anos, na verdade, final da década de 90, início dos anos 2000, esse setor começou a dar uma resposta do ponto de vista econômico e social que chamou a atenção, da grande mídia, das cidades, economistas, que hoje é um consenso. Você não tem nenhuma mídia nacional que não discuta o agro brasileiro.

Essa mudança de percepção ela trouxe junto também todo um entendimento por parte dos gestores públicos que esse setor tem que ser olhado com carinho, porque ele traz um retorno muito grande. Então é justamente definir políticas públicas específicas para que os produtores fiquem em uma situação de competitividade cada vez melhor porque gera retorno, tanto para o econômico, para o social e para o país.

Então há essas políticas e a gente debate o tempo todo, seja com o legislativo ou executivo, tanto no âmbito estadual ou federal. A discussão sobre logística, concessão, ferrovias, portos, segurança jurídica. Toda essa questão fundiária, de índio, sem-terras, isso é política pública. Definições sobre comercial, direitos de propriedade, investimento de capital estrangeiro, enfim... Código Florestal, questões ambientais extremamente importantes. Então as áreas de atuação que abrangem e afetam toda e qualquer questão que chamamos transversais, que afetam o setor produtivo de grãos, carne, no agro e que atuamos muito forte, porque eles sim geram competitividade e condição do produtor aumentar sua eficiência.

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A Famasul tem constante atuação quanto ao diálogo para a diminuição dos tributos ao agronegócio
Foto: Deurico/CapitalNews

Capital News - Já que tocamos nesses assuntos polêmicos, você quer comentar sobre as questões fundiárias de Mato Grosso do Sul, a questão dos índios e em que o Código Florestal afetou?

Eduardo Ridel - Na fundiária indígena, nossa visão é muito clara e objetiva.

Capital News - As indenizações?

Eduardo Ridel - Isso, da indenização. A gente não discute em nenhum momento a condição em que as comunidades vivem e apoiamos integralmente uma política pública direcionada para apoio, inclusive nós estamos buscando mecanismos de ajudar nessa situação, com o Pronatec, com o Senar.

Esse ano vamos começar junto com o Governo do Estado uma série de capacitações nas aldeias para poder estimular aquelas comunidades a começarem gerarem receitas e subsistência dentro da cultura e da metodologia deles, sem agredir em nenhum momento e preservando a questão cultural, que para eles é muito importante e é.

Agora, a gente não pode fechar o olho para um confronto de legalidade que o Estado brasileiro não está sendo capaz de resolver e que é muito sério. Nós temos aí mais de 50, 60 mil hectares com portarias publicadas demarcando essas áreas e que atingem centenas de produtores que são legítimos proprietários, de pequenas propriedades.

Em um assentamento feito em 1952, ali demarca-se uma área, o governo de Getúlio Vargas concedeu aí hoje, 60 anos depois, vem um governo e fala que ali é uma área tradicionalmente indígena. Mas e essas pessoas? O que vão fazer, varrer para o mato? Eles vivem daquilo. Essa é uma equação que tem que ser resolvida.

Na nossa avaliação o caminho para a solução é a indenização. Como foi com a reforma agrária, como foi com os sem-terras. Não adianta expulsar o que está lá. Compra as áreas e distribui. Se o Brasil entende que nós temos que aumentar os 15% do território nacional que já está destinado aos índios e continuar aumento o território, é uma decisão de Governo, nós não vamos questionar isso, é uma decisão de Governo.

Agora o que nós não podemos aceitar é que isso seja feito às custas desse produtor que legitimamente detém a sua área. Então essa é a linha de ação da Federação.

Capital News - E quanto ao Código, alguém ficou satisfeito?

Eduardo Ridel - Acho que ninguém ficou satisfeito com o Código. E isso é muito bom. Afinal é um tema muito polêmico, preservação e produção. Ninguém vive sem alimento e ninguém vive sem meio ambiente, isso é fato. Como equilibrar esses interesses antagônicos e legítimos de ambas as partes em uma legislação e quando eu digo que não ficaram satisfeitos, é porque o debate foi profundo e encontraram uma solução adequada para o conflito. É lógico que nós atuamos o tempo todo em buscar a competitividade para o produtor, porque nós entendemos que o Brasil é dos pouquíssimos países que detém uma área nativa no percentual que têm: 61% do território nacional mantêm seus biomas naturais. Apenas 29% do território é destinado à produção.

Então, não é eu querer comparar, aumentar um diminuir outro, é só deixar isso claro que nós não queremos retroceder e não transformar essas áreas produtivas e querer que o produtor pague a conta e querer uma regeneração daquilo que já foi aberto. No nosso entendimento não faz o menor sentido. Na dos ambientalistas faz. De novo uma decisão democrática do Congresso Nacional. E nessa discussão produziu um texto do código que eu acho que contempla boa parte do que queriam os produtores e também os especialistas. Foi um instrumento muito debatido e trabalhado e que vai no mínimo trazer uma segurança jurídica, já que não vai mais ficar naquela situação de que “eu finjo que obedeço a lei” e “a lei não está funcionando”. Eu acho que demos um grande passo em sacramentar uma situação mais transparente para todo mundo.

Capital News - O Fundersul agora começa a taxar a cana. Em que isso afeta no cenário da agricultura?

Eduardo Ridel - Custo. Nós somos diametralmente opostos a essa decisão. Qualquer agregação de custo em uma matriz de produção que já tem a maior tributação do mundo sem ter o retorno esperado é perca de competitividade. Tudo o que falamos aqui é em avançar em eficiência. Então você pode ter alta tecnologia, alta produtividade, ser eficiente dentro da porteira, mas se ele estiver um ambiente em torno que não é competitivo ele perde toda aquela eficiência que ele adquiriu da porteira para dentro. E quem não adquiriu tem que adquirir, porque senão também vai ser retirado do processo pela questão de mercado.

Então se você coloca uma tributação a mais em um determinado setor você está gerando custo, que quem vai pagar esta conta são os extremos: é o produtor em uma ponta e o consumidor em outra. A cadeia toda ela vai dar um jeito de diluir ou repassar isso. Então é custo. E custo é perda de competitividade e nós somos totalmente contra. Estamos trabalhando para reverter isso. Esse é o tipo de ação que a Federação toma, para discutir o tempo todo a diminuição dos tributos.

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Para Ridel, o sucesso do setor no Brasil se deve pela junção de diversos pontos, dentre eles a tecnologia, política de crédito e clima
Foto: Deurico/CapitalNews

Capital News - Mesmo com toda essa taxação, a cana ainda vem avançando muito aqui no Estado. Você acha que em um futuro próximo ela pode ultrapassar a soja, ou a soja ainda é muito forte?

Eduardo Ridel - Não, a soja ainda é muito forte. A cana em 2008 quando começou esse processo falou-se tanto, que vai dominar o Estado inteiro. Nunca vi isso e continuo não vendo. Passou aí os anos e hoje temos 600 mil hectares de cana plantada. Vai aumentar, vai. Mas a gente esperava 1 milhão hectare de cana plantada em 2012, lá em 2008 imaginávamos isso, coma crise de 2008/2009 todos os projetos foram interrompidos, aí agora a retomada, mas não acredito que vá atingir o volume da soja em um prazo curto.

Até mesmo se o etanol tiver uma demanda de mercado global, mas aí a soja vai ocupar a área de pastagem e as pastagens tem 20 milhões de hectares, que dominam praticamente todo o Estado. Eu não tenho nenhuma preocupação, pelo contrário, tem que incrementar porque traz um ciclo importante de desenvolvimento econômico e social de regiões que não tem alternativas, como é o exemplo das florestas, que é outra grande cadeia produtiva e que não tenho nenhuma preocupação quanto a isso. Tem 500 mil hectares de florestas plantadas, acho que deveria ter 2 milhões de hectares, porque é uma cultura belíssima. Agora vai ficar cincunscrito às grandes regiões que detém uma planta industrial capaz de absorver uma grande produção, a exemplo da cana, aí não tem espaço para ter dez opções. Acho uma grande alternativa de diversificação, cada um ter uma atividade florestal dentro da fazenda. Cada local tem um mercado pequeno, mas tem. Então a floresta agrega muito no ponto de vista ambiental e de atividade e não temos a preocupação do Estado virar uma grande floresta.

Capital News - Mato Grosso do Sul não é há algum tempo o maior produtor, que tem o maior rebanho no País. Você acha que isso de alguma forma prejudica no status da carne daqui ou não, sempre foi muito bem vista?

Eduardo Ridel - O fato de ser o maior não quer dizer que seja o melhor. De fato o rebanho sul-mato-grossense tem uma característica de qualidade. Desde quando era o maior e hoje continua muito grande. A pecuária acaba indo para regiões menos valorizadas. E estados de fronteira agrícola, Mato Grosso, Pará, tiveram um incremento do rebanho muito grande, até porque aqui você começa com pressão de outras atividades. Lá [MT e PA] não cresceu floresta, não cresceu cana. A gente tá com um rebanho muito grande, entre segundo e terceiro do Brasil.

Sempre fica nessa Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais, esta que é mais rebanho leiteiro, o Pará vem crescendo bastante, acho que em cinco ou seis anos capaz de atingir um rebanho semelhante ao nosso e eu não vejo problema nenhum. Na verdade vamos manter a qualidade e pode ter um aumento de rebanho, mesmo com o aumento destas outras culturas, em função da tecnologia, que também tende a chegar aqui muito rápido.

Eu acho que a gente tem que continuar trabalhando na eficiência tecnológica de produção, qualidade e nos orgulhar de um parque frigorífico fantástico que temos no Estado e vai continuar sendo um rebanho extremamente importante para o país.

Capital News - E o medo da aftosa. Quais ações a Famasul projeta para o setor?

Eduardo Ridel - Aftosa talvez seja a sanidade de maior impacto econômico pelo resultado que ela cria nos mercados, você viu lá no Paraná teve aquela vez da vaca-louca e trouxe uma discussão enorme e aí tem interesses comerciais muito grande, uma disputa por mercado om os nossos concorrentes. O Brasil exporta para mais de 150 países. Conseguiu um feito através da indústria junto com os produtores e com o Governo.

Então, cuidar sobre sanidade animal para um país que tem na sua pauta de exportação um valor expressivo em produtos de origem animal é estratégico. É isso que nós cobramos quanto política pública dos governos. Dentro de casa, enquanto produtor representado pela Famasul, nós somos veementes: tem que seguir o calendário de vacinação, tem que estar com suas obrigações em dia. E o produtor tem feito isso, o índice de cobertura vacinal do Estado é fantástico. Mas a gente sofreu muito em 2005.

Agora nós somos vizinhos de um país que tem um histórico difícil: o Paraguai. Mas ele está trabalhando muito também no sentido de melhorar sua eficiência, porque já sentiu o peso dos embargos em uma atividade que representa um percentual enorme do PIB lá. Então sentiram: “opa, eu não posso mais brincar aqui com sanidade animal”, como nós aqui também temos que levar muito a sério.

Tem falhas? Tem. Estamos construindo um modelo bom, o Ministério da Agricultura se empenha bastante, talvez o Governo Federal não dê a devida importância, quando eu digo isso me refiro ao Ministério do Planejamento e da Fazenda que liberam o dinheiro, mas o da Agricultura com o recurso que tem busca fazer o que pode. E Mato Grosso do Sul tem uma agência [Iagro] também que tem feito um trabalho muito bom. Tem também deficiências de recursos. O Governo Estadual tem que aportar mais recursos em sanidade, principalmente pela nossa fronteira, tem tido melhoria e nós estamos atentos.

Capital News - O perfil do produtor tem mudado, com a tecnologia e as capacitações?

Eduardo Ridel - O Senar é nosso braço educacional, capacita 40 mil pessoas por ano. O perfil do produtor tem mudado o produtor está muito mais exigente, muito mais técnico, muito mais preocupado com gestão que era algo difícil lá atrás e hoje ele sabe que tem que aprimorar suas técnicas. Era muito na intuição. É uma deficiência brasileira essa coisa, acho que brasileiro não tem muito dessa de planejar, mas os produtores têm procurado muito ferramentas. Tem a internet. O perfil mudou e está mudando muito rápido e não é à toa que os resultados do agro como um todo chegaram aonde chegaram. É muito investimento e absorção pelos produtores.

O Brasil conseguiu reunir as características que levaram ao sucesso. O perfil é de um agricultor jovem, de uma geração que agora estudou e vai de cabeça aberta para novas tecnologias em paralelo a todo um conjunto de iniciativas nas universidades, nas Embrapas, nas instituições de pesquisa que deram essa alavancagem de conhecimento e subsídio de informação; uma condições climática abençoada; e uma política de crédito no setor que resultou no que é hoje. Mas ainda tem muito o que fazer.

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Para Ridel, o sucesso do setor no Brasil se deve pela junção de diversos pontos, dentre eles a tecnologia, política de crédito e clima
Foto: Deurico/CapitalNews

Capital News - O que está faltando então para Mato Grosso do Sul despontar no setor?

Eduardo Ridel - Infraestrutura e logística. É crítica e crucial a assistência técnica também. A maioria são pequenos. Muitos ainda não conseguem acessar esse conhecimento. Quem faz isso é a figura do assistente técnico. A pesquisa desenvolve o conhecimento. O assistente faz a ponte entre as duas coisas. Essa pessoa que tá lá no campo e não consegue acessar por falta de estrutura ou até mesmo de recursos, precisa desse apoio. E isso, é uma deficiência da política pública de todos. Isso é primordial para o desenvolvimento do país.

Na logística a gente não pode pagar o imposto que paga daqui para [o porto de] Paranaguá. Caminhão fica cinco dias na fila e aí tem que pagar multa de U$ 50 mil por dia de navio que fica parado esperando no cais para embargar e esse custo é direto no bolso do produtor. Nós temos um tempo médio de carregamento no Brasil que é cinco, seis vezes superior do que é na China. Como pode essa situação? Há rodovias que não tem equipamento nem nada.

Problema de energia. Energia cara. Custo. Há empresas que querem vir para cá, um chineses, queriam por uma fábrica que demanda milho. Eles ficaram assustados, o porquê: energia e infraestrutura. Queriam uma fábrica que vão investir U$ 400 milhões aí perguntaram: “- vamos mandar a produção pra China como?” Respondemos: “- de caminhão”. “- Mas como, mil quilômetros?”. Aí a gente respondeu que era. Aí eles iam mandar oito navios de 200 mil toneladas cada navio para o mundo inteiro e que vai custar mais caro o frete daqui até Paranaguá, do que de Paranaguá até Xangai [China]. “Pô... realmente vamos ter que ir para a Argentina”, eles concluíram e é assim que funciona. Então, o grande ponto para deslanchar é infraestrutura.

Presidente da Famasul elogia trabalho contra aftosa e destaca qualidade do rebanho de MS by Jornal CapitalNews

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