Neste 25 de abril, não quero celebrar mais somente o seu aniversário: quero homenagear a grandeza da sua vida. Neste aniversário, quero que o senhor saiba que a sua vida é uma grande bênção para todos que te conhecem. Oro a Deus para que os dias te sejam longos e felizes, debaixo da proteção de Deus.
Nem sempre compreendi suas escolhas, suas palavras, muitas vezes secas, ou seus longos silêncios. Às vezes, achei que faltavam gestos, outras vezes, que faltavam as palavras. Mas depois de ter me tornado pai, sendo, agora, responsável pelo cuidado do meu próprio filho, começo a entender o peso que o senhor carregava calado — e também entendo o amor que sempre esteve ali, mesmo quando, na época, eu não sabia entendê-lo.
Quando meu filho nasceu, renasci com ele. Me tornei uma nova pessoa, passei a enxergar o mundo e as coisas de outra maneira, aprendendo todos os dias, tanto com ele quanto com todas as situações, e todas as coisas em nosso entorno. E, a partir desse renascimento, comecei a compreender muitas de suas ações que agora fazem muito mais sentido. Acordar cedo, trabalhar com dor, abrir mão de si mesmo, escolher o cansaço em vez do descanso, o silêncio em vez do desabafo.
Agora, comecei a entender que ser pai é amar com renúncia. É se doar por inteiro. É trabalhar o dia todo no sol quente e ser recebido em casa com o sorriso da criança que te espera, te fazendo entender, com um simples sorriso, que todo esforço vale a pena. Como diz Nietzsche: “quem tem um porquê, enfrenta qualquer como”.
Hoje, cada noite mal dormida, cada medo, cada preocupação, cada esforço por proteger, educar, guiar e ensinar, me levam até os momentos difíceis que o senhor e minha mãe também passaram, na luta de vocês para cuidar, proteger e ensinar, tanto a mim como a minha irmã. E, para ser sincero, sinto vergonha por não ter enxergado essas coisas antes — por, às vezes, ter julgado sem saber, por ter cobrado sem conhecer o preço. Agora entendo um pouco mais: O senhor era um homem tentando acertar com as ferramentas que tinha, com as lembranças que carregava, com as feridas que escondia. E, mesmo assim, estava sempre ali.
Ser pai me ensinou um pouco mais sobre o amor verdadeiro; sobre o amor de quem não teve tempo para floreios, porque estava ocupado colocando comida na mesa por meio do difícil trabalho da roça. Amor de quem dizia “cuidado” com o olhar, demonstrava presença mesmo em silêncio, e que dizia “eu te amo” através do trabalho árduo do dia-a-dia.
Hoje, quando vejo meu filho correr, rir e chorar, eu penso imediatamente no senhor e em minha mãe, e em todo o cuidado que vocês tiveram comigo e minha irmã. Porque hoje entendi que ser pai é também voltar a ser filho, mas agora, um filho que enxerga para além dele mesmo. Hoje, te enxergo com mais compreensão, com mais respeito. E, acima de tudo, com uma imensa gratidão.
Se um dia meu filho olhar para mim com o mesmo amor que tenho por você e minha mãe, vou saber que fiz as coisas do jeito certo. Porque aprendi com você, mesmo quando eu não percebia. E, por tudo isso, quero que você saiba que hoje eu te compreendo. Hoje eu sou capaz de olhar para trás e entender todos os sacrifícios feitos por você e minha mãe para cuidar de mim e minha irmã. E, com isso, eu só tenho que lhes agradecer. Pois nunca saberei, ou poderei, retribuir tudo aquilo que nos foi feito.
E, nessa data especial, quero te dar os parabéns, te desejar um feliz aniversário, e pedir a Deus para que lhe dê mais muitos anos de vida para que possamos desfrutar cada dia do seu lado. E, além disso, quero te dizer que te amo — como não me lembro de ter sido capaz de dizer.
Para Divino Batista Monteiro.
*Wanderson R. Monteiro
Autor dos livros “Cosmovisão em Crise: A Importância do Conhecimento Teológico e Filosófico Para o Líder Cristão na Pós-Modernidade”, “Crônicas de Uma Sociedade em Crise”, “Atormentai os Meus Filhos”, e da série “Meditações de Um Lavrador”, composta por 7 livros.
Dr. Honoris Causa em Literatura e Dr. Honoris Causa em Jornalismo.
Bacharel em Teologia, graduando em Pedagogia.
Acadêmico correspondente da FEBACLA. Acadêmico fundador da AHBLA. Acadêmico imortal da AINTE.
Autor de 10 livros.
Vencedor de 4 prêmios literários. Coautor de 15 livros e 4 revistas.
(São Sebastião do Anta – MG)
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