Os nomes dos 11 homens acusados de integrar o esquema de corrupção liderado pelo Presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, Francisco Cezário de Oliveira foram revelados na denúncia enviada à 6ª Vara Criminal. A investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) identificou Aparecido Alves Pereira, Marcelo Mitsuo Ezoe Pereira, Umberto Alves Pereira, João Batista da Silva, Pedro Henrique de Souza, Carlos Alberto Lima, Rodrigo Matos, Sérgio Oliveira, Roberto Mendes, Antônio Carlos Almeida e Marcos Antônio Ribeiro como cúmplices nos desvios milionários de fundos destinados ao esporte.
Duas semanas após a prisão de Cezário, o Gaeco concluiu a investigação sobre os desvios na Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. Os promotores Gerson Eduardo de Araújo, Tiago Di Giulio Freire, Moisés Casarotto e Antenor Ferreira de Rezende Neto apresentaram a denúncia contra Cezário e os 11 homens mencionados.
O Gaeco quer que Cezário seja punido por cinco crimes: liderar organização criminosa, peculato, furto qualificado, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. A denúncia, entregue à Justiça na terça-feira (4), detalha as operações do esquema que desviava fundos públicos desde 2018. A decisão agora está nas mãos do juiz, que avaliará se aceita ou não as acusações.
A investigação, que incluiu campanas, entrevistas, interceptações telefônicas e a quebra de sigilos bancários, revelou a operação do esquema liderado por Cezário. O Gaeco explica que, após anos de impunidade e notícias de corrupção, decidiu investigar a Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. Os promotores compararam o esquema ao "padrão Fifa" de corrupção, destacando a perpetuação de Cezário na presidência através da compra de votos.
A Justiça reconsiderou o pedido de liberdade. Presidente Cezário passou mal na última noite de quarta-feira (5) ao sofrer princípio de infarto e foi internado às pressas no Hospital da Cassems, onde passou por procedimento de cateterismo na manhã da quinta-feira (6).
A operação "Cartão Vermelho" resultou na prisão de Cezário em 21 de maio e na apreensão de R$ 309.400 e 21.800 dólares em sua casa. A investigação de 20 meses revelou que o grupo desviava fundos estaduais e da CBF para benefício próprio, realizando mais de 1.200 saques menores de R$ 5 mil para evitar alertar os órgãos de controle. O Gaeco documentou reuniões onde os valores sacados eram divididos entre os integrantes do esquema.
Agora, a Justiça decidirá se aceita a denúncia e avança com o processo contra Cezário e os outros envolvidos.