A jornalista Natália Corrêa, brutalmente agredida pelo ex-namorado enquanto segurava a filha de um ano no colo, agora trava uma batalha judicial para impedir que ele tenha direito de visita à criança. O agressor, que chegou a ser preso em flagrante, conseguiu liberdade provisória e recebeu permissão para ver a filha, decisão que gerou revolta e indignação.
Buscando reverter a sentença, Natália voltou à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) para esclarecer falhas no registro da ocorrência e denunciar o que considera descaso no processo. Embora tenha afirmado que foi bem tratada, criticou erros que poderiam ter garantido a manutenção da prisão do ex-companheiro.
"Falta cuidado, penso eu. No dia em que fui ouvida, levei o laudo da fratura [no nariz]. O que tipificaria como agressão grave. Só essa tipificação seria suficiente para mantê-lo preso, mas a delegada colocou só como agressão. Muitas falhas bestas. Falta de atenção mesmo. Mas o sistema não é tão aberto a mudanças, e falhas assim custam vidas.", afirmou.
O caso ganhou grande repercussão após a divulgação, nas redes sociais, de um vídeo onde aparece com o rosto ensanguentado e o nariz quebrado por socos. A agressão aconteceu mesmo com a filha do casal no colo da mãe.
Agora, Natália luta para impedir qualquer contato entre o ex e a filha, temendo que ele possa colocar a criança em risco. "Vou lutar com todas as forças para ele não chegar mais perto da minha filha. Se fez isso com ela no meu colo, o que garante que não surtará com ela também?" afirmou.
O advogado da jornalista, Luiz Kevin Barbosa, anunciou que a defesa entrou com um novo pedido de prisão preventiva do agressor e para revogar o direito de visitas. A solicitação já foi protocolada e será analisada pelo Ministério Público e pelo desembargador responsável pelo caso.
"Dessa vez, juntamos novas provas, incluindo depoimentos, imagens e relatos de testemunhas que demonstram que a violência não foi um caso isolado, mas sim um ciclo contínuo de agressões e perseguições. Esperamos que a Justiça reavalie essa decisão e impeça qualquer contato dele com a vítima e com a filha", afirmou.
A decisão do Ministério Público sobre o pedido deve sair nos próximos dias, e a defesa pretende recorrer pessoalmente aos desembargadores com um relatório detalhado do caso. Enquanto aguarda, Natália segue recebendo apoio de familiares, amigos e internautas, que cobram um posicionamento mais firme da Justiça diante da violência sofrida.
Na tarde de hoje ela chegou a se manifestar publicamente: "Decidi reativar minha conta que eu havia desativado depois do episódio de agressão, primeiro porque tem muita gente que tem muito carinho por mim e isso ficou mais evidente depois desse episódio tragico. E segundo porque eu sinto uma necessidade de usar todos os meios possíveis pra gente poder ver de fato uma mudança efetiva na segurança da mulher que sofre uma agressão. Hoje quem está presa sou eu com uma medida protetiva pífia e com uma possibilidade do agressor que bateu em mim com a minha filha no colo ter acesso a ela, não da pra ficar quieto e por isso vou fazer das minhas redes sociais uma ferramenta de transformação", afirmou.