Quase dez anos após a operação “Coffee Break”, a Justiça condenou empresários e políticos envolvidos no suposto esquema de compra de votos para a cassação do ex-prefeito Alcides Bernal. Entre os condenados está Gilmar Olarte, que na época ocupava o cargo de vice-prefeito. A investigação teve origem na operação “Lama Asfáltica”, que apurava superfaturamento em licitações do Governo do Estado e revelou indícios de corrupção envolvendo o afastamento de Bernal.
Durante a análise de gravações autorizadas pela Justiça, o Gaeco identificou conversas que indicavam a compra de votos para retirar Bernal da Prefeitura. Como consequência, além do afastamento de Olarte e do então presidente da Câmara, Mário César, celulares foram apreendidos e periciados com apoio da Polícia Civil. As provas reforçaram a tese de que empresários e políticos atuaram para influenciar o resultado da votação na Câmara Municipal.
Na decisão assinada pelo juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, da 2ª Vara de Direitos Difusos de Campo Grande, 11 ex-políticos e empresários foram condenados a penas como suspensão de direitos políticos, perda de função pública e proibição de firmar contratos com o poder público. Além disso, todos os envolvidos deverão pagar quase R$ 2 milhões em indenizações por dano moral coletivo, com correção monetária e juros. Cabe recurso da decisão.
Por outro lado, a sentença absolveu nomes como os ex-governadores André Puccinelli e Nelson Trad Filho, além de outras figuras políticas e empresas envolvidas no caso. A defesa de Otávio Trad celebrou a decisão, destacando que ele não cometeu irregularidades e teve sua honra restabelecida. A operação “Coffee Break” marcou a política de Campo Grande, revelando um esquema que impactou diretamente a administração municipal.
