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Justiça Quarta-feira, 05 de Junho de 2024, 10:45 - A | A

Quarta-feira, 05 de Junho de 2024, 10h:45 - A | A

Preso

Justiça nega pela segunda vez habeas corpus a presidente afastado da Federação de Futebol

Cezário permanece preso em operação do Gaeco, com possibilidade de nova negativa sendo analisada pela 1ª Câmara Criminal

Vivianne Nunes
Capital News

 A Justiça de Mato Grosso do Sul negou, pela segunda vez, o pedido de habeas corpus ao presidente afastado da Federação de Futebol do estado, Francisco Cezário, preso há duas semanas durante a Operação Cartão Vermelho, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).

Após a negativa inicial pelo juiz Eduardo Eugênio Siravegna, responsável pela determinação da prisão, o pedido foi novamente negado nesta terça-feira (5) pela desembargadora Elizabete Anache, presidente da 1ª Câmara Criminal. Agora, o caso será analisado pelo conjunto de desembargadores da mesma Câmara.

A repetida rejeição aos pedidos de habeas corpus remete a uma analogia popular no Programa Fantástico, onde um jogador pode pedir uma música ao fazer três gols em um único jogo, sugerindo a improbabilidade de Cezário conseguir a liberdade em uma possível terceira tentativa.

Detalhes da Operação Cartão Vermelho

A Operação Cartão Vermelho cumpriu sete mandados de prisão preventiva e quatorze de busca e apreensão nos municípios de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas. A investigação revelou que, entre setembro de 2018 e fevereiro de 2023, foram desviados mais de R$ 6 milhões da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul.

Durante as diligências, a polícia apreendeu mais de R$ 800 mil. O nome da operação faz alusão ao cartão vermelho usado por árbitros para expulsar jogadores que cometem faltas graves.

A investigação, que durou 20 meses, descobriu uma organização criminosa dentro da Federação de Futebol, cujo principal objetivo era desviar recursos públicos e privados, seja do Estado de Mato Grosso do Sul, através de convênios e subvenções, ou da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Uma das táticas utilizadas pela organização incluía saques frequentes e em pequenas quantias, não superiores a R$ 5 mil, para evitar alertar os órgãos de controle. Ao todo, foram realizados mais de 1.200 saques, somando mais de R$ 3 milhões.

O esquema também envolvia o desvio de diárias de hotéis pagas pelo estado para jogos do Campeonato Estadual de Futebol. Estabelecimentos comerciais recebiam altas quantias da Federação, devolvendo parte dos valores aos integrantes do esquema.

• Saiba mais sobre a operação “Cartão Vermelho”

A continuidade das investigações e os novos julgamentos sobre o pedido de habeas corpus determinarão os próximos passos no caso de Francisco Cezário.

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