Campo Grande 00:00:00 Terça-feira, 22 de Outubro de 2024


Justiça Sexta-feira, 18 de Outubro de 2024, 14:41 - A | A

Sexta-feira, 18 de Outubro de 2024, 14h:41 - A | A

Operação Bloodworm

Operação Bloodworm resulta em mais de 300 anos de condenações e desarticula facção criminosa no Mato Grosso do Sul

A ofensiva coordenada pelo GAECO levou à prisão de 61 envolvidos, incluindo advogados e um policial penal, em esquema criminoso dentro de presídios

Vivianne Nunes
Capital News

Divulgação / Ministério Ppublico

Gaeco

Defensor público é afastado em nova fase da Operação "Courrier"

Com o apoio de mais de 200 profissionais, a operação Bloodworm, deflagrada em maio de 2023 pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) e forças de segurança pública, desarticulou uma das maiores facções criminosas do país, originada no Rio de Janeiro. Após um ano e meio, a ação resultou em 61 condenações que somam mais de 300 anos de prisão.

Entre os condenados estão quatro advogados, que atuavam como "pombos-correio" para a facção dentro dos presídios, e um policial penal que recebeu a maior pena – 10 anos e 8 meses – por facilitar o acesso de celulares aos detentos na Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira I, anteriormente conhecida por suas rígidas regras de segurança.

As investigações, conduzidas ao longo de 15 meses pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), revelaram que a facção criminosa estava se fortalecendo em Mato Grosso do Sul, utilizando as penitenciárias locais como base de operações. Através de celulares, líderes criminosos dentro da prisão coordenavam atividades como tráfico de drogas e armas, além de planejarem uma disputa territorial com outra facção brasileira para dominar o crime no estado, uma região estratégica para o comércio ilegal.

Principais resultados da operação Bloodworm:
61 condenados em 9 ações penais julgadas.
Penas totalizando 302 anos, 4 meses e 7 dias.
Crimes envolvendo organização criminosa armada, tráfico de drogas, corrupção ativa e passiva.

O GAECO destacou que a operação foi crucial para enfraquecer a facção criminosa, que pela primeira vez na história estava buscando se estabelecer de maneira sólida em Mato Grosso do Sul. "A relevância da atuação foi tamanha que culminou na punição de dezenas de integrantes perigosos, líderes locais e regionais, além de advogados e um policial penal que colaboravam com o grupo", afirmou o GAECO em nota.

A operação contou com apoio de diversas instituições, como o Batalhão de Choque da Polícia Militar de MS e os Ministérios Públicos do Rio de Janeiro, Mato Grosso e Goiás. Além disso, as Comissões de Prerrogativas da OAB acompanharam as ações devido à presença de advogados entre os investigados.

A origem do nome A operação foi batizada como "Bloodworm" em referência a um verme conhecido por sua ferocidade e resistência, características que refletem a violência e hostilidade das ações da organização criminosa.

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS