Mães de crianças com deficiência, conhecidas como atípicas, enfrentam desafios diários para garantir os direitos de seus filhos. Durante a sessão plenária da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), os deputados se uniram para dar voz a essa luta, exigindo maior atenção do poder público para a educação especial e a saúde básica. O deputado Pedro Kemp (PT), que antes de ingressar no Legislativo atuosamente como psicólogo na Rede Pública de Ensino, relatou a difícil realidade dessas famílias, que frequentemente se veem em busca de recursos essenciais, como fraldas e leites especiais, sem sucesso.
Kemp expressou sua indignação ao esquecer o desespero de mães que, após dois anos de tentativas frustradas, são informadas sobre a falta de insumos. “É desumano dizer a uma mãe que seu filho deve ficar 90 dias sem se alimentar porque não há recursos disponíveis. Há leites especiais que custam R$ 180 e duram apenas três dias. Mesmo recebendo R$ 900 por mês do Programa Cuidar de Quem Cuida, muitas vezes é impossível garantir o que seus filhos precisam”, lamentou o deputado. Ele ressaltou que essa situação não apenas compromete a saúde das crianças, mas também sobrecarrega as mães, que se dedicam integralmente a cuidar delas.
O deputado Lidio Lopes (Patriota) informou que a Prefeitura de Campo Grande está implementando um novo sistema para monitorar a aquisição de insumos, garantindo que a última compra atenderá as necessidades de um ano. Lopes destacou que, embora tenha ocorrido uma falha na entrega de produtos, a gestão municipal garantiu que 95% dos medicamentos estão disponíveis nas unidades de saúde, além de inaugurar novas salas de atendimento para crianças com o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
As deputadas Gleice Jane (PT) e Lia Nogueira (PSDB) também se manifestaram em apoio à causa, enfatizando a urgência de um olhar atento às necessidades de pessoas com deficiência e suas cuidadoras. Gleice destacou que “é absurdo debater sobre o direito à alimentação”, lembrando que o Estado deve garantir qualidade de vida para essas famílias. Lia criticou o desmonte da educação inclusiva e a necessidade de recorrer à Justiça para obter direitos básicos. “São relatos chocantes. Muitas mães se sentem tão desamparadas que pensam em desistir. É uma luta constante, e o poder público deve assumir as suas responsabilidades”, concluiu a deputada.