Uma grande operação policial foi deflagrada nesta quarta-feira (11) para desmantelar uma milícia suspeita de executar pelo menos 21 pessoas em Ponta Grossa, no Paraná, e em outras regiões, incluindo Campo Grande, MS. O grupo é investigado por ser responsável por homicídios, cujos crimes eram filmados e enviados ou transmitidos ao mandante, preso na Casa de Custódia de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
A operação foi desencadeada após a Polícia Civil do Paraná detectar que o grupo formou uma milícia privada, especializada em executar rivais e desafetos, o que resultou no aumento de homicídios em Ponta Grossa. Durante as investigações, foi identificado que o grupo tinha uma estrutura bem organizada, com pelo menos 28 integrantes, incluindo seis adolescentes. Além disso, a Polícia Civil descobriu a corrupção de um servidor terceirizado do sistema penitenciário, que recebia propina para conceder facilidades aos criminosos presos.
Ao todo, foram expedidos 48 mandados de prisão preventiva, 133 mandados de busca e apreensão, e 69 medidas de sequestro de bens e bloqueio de contas bancárias. A operação teve desdobramentos em diversas cidades, incluindo Campo Grande (MS) e outros estados como Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rondônia. A Justiça também determinou a transferência de um dos presos para o sistema penitenciário federal e o isolamento imediato de outros três detidos na Casa de Custódia de São José dos Pinhais, envolvidos com a milícia.
O Ministério Público do Paraná afirmou que, além dos mandados de prisão, foi obtida evidência da corrupção dentro do sistema penitenciário, resultando na prisão preventiva do servidor terceirizado, que foi afastado de suas funções. O nome dos suspeitos ainda não foi revelado.
A operação foi conduzida pela Polícia Civil de Ponta Grossa, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Polícia Militar do Paraná (PM-PR), com apoio da Polícia Penal e da Guarda Municipal nas investigações. As autoridades seguem monitorando a situação e buscam mais informações sobre a atuação do grupo criminoso, que também tem ramificações em Campo Grande.