Ricardo Stuckert/PR
Presidente Lula e seu vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin assinaram decreto criando o Programa para a Agricultura Familiar e Agroecologia
O governo federal apresentou nesta terça-feira (3) um pacote de investimentos que totalizam R$ 546,6 bilhões para impulsionar cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais até 2029. Deste montante, R$ 296,3 bilhões virão da iniciativa privada e R$ 250,2 bilhões serão disponibilizados por meio de linhas de crédito públicas. O anúncio foi realizado durante uma cerimônia no Palácio do Planalto, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto que cria o Programa Nacional de Pesquisa e Inovação para a Agricultura Familiar e Agroecologia (PNPIAF). Os projetos estão ligados à Missão 1 da Nova Indústria Brasil (NIB), lançada em janeiro deste ano.
O PNPIAF tem como objetivo principal fomentar ações de pesquisa e inovação voltadas à agricultura familiar, priorizando a transição agroecológica, a preservação dos biomas e a sustentabilidade dos agroecossistemas. “O impulso é para uma indústria mais inovadora, mais verde e sustentável”, afirmou o vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, destacando o papel da Nova Indústria Brasil (NIB), lançada em janeiro de 2024, como política para modernizar o setor industrial brasileiro.
Entre os destaques dos investimentos públicos, R$ 198,1 bilhões já foram alocados em 2023 e 2024, com previsão de mais R$ 52,18 bilhões até 2026. No setor privado, o investimento será destinado à produção de fertilizantes, biofertilizantes, máquinas agrícolas e tecnologias avançadas, como drones, para a agricultura de precisão. Além disso, o Banco do Brasil aderiu ao Plano Mais Produção (P+P), somando R$ 101 bilhões em financiamentos, o que eleva os recursos para a política industrial a R$ 507 bilhões.
A cerimônia também foi palco para a assinatura de acordos estratégicos. O Ministério da Agricultura e Pecuária e a Petrobras assinaram acordo para fortalecer a produção e o desenvolvimento de fertilizantes e insumos para nutrição de plantas no Brasil. O termo prevê a ampliação e modernização de fábricas para produção nacional de fertilizantes, como a UNF3 em Três Lagoas, já anunciada após reunião do governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, com a presidente da Petrobras, Magda Chambriard que contou com a presença da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet. Além de capacitação de profissionais; desenvolvimento de tecnologias avançadas; aprimoramento da infraestrutura e logística; transferência de tecnologia; além do desenvolvimento rural sustentável.
Já o Banco do Nordeste assinou contrato de financiamento de R$ 600 milhões com a Inpasa para construção de uma fábrica de etanol no Maranhão. Além disso, a Finep fechou contratos de R$ 250 milhões com Ouro Fino Saúde Animal e Lar Cooperativa Agroindustrial para o desenvolvimento de inovações no agronegócio.
Entre as metas estabelecidas para a Missão 1 da NIB, destacam-se o crescimento do PIB da agroindústria para 6% ao ano até 2033 e o aumento da mecanização e tecnificação da agricultura familiar para 35% e 66%, respectivamente, no mesmo período. Os investimentos, somados a uma política industrial robusta, buscam consolidar o Brasil como líder global em agroindústria sustentável e tecnológica.