A Justiça Eleitoral de Mato Grosso do Sul deu um passo importante no combate à desinformação durante o período eleitoral. O desembargador Sideni Soncini Pimentel, do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), autorizou a realização de buscas e apreensões em endereços ligados a duas pessoas envolvidas em um esquema de difamação contra o candidato à Prefeitura de Campo Grande, Beto Pereira (PSDB). A sede de uma agência de publicidade apontada como peça central no esquema, também foi alvo da operação.
A investigação, baseada em uma denúncia apresentada pela coligação de Beto Pereira, busca identificar os responsáveis pela produção e disseminação de vídeos que associavam o candidato a práticas ilícitas e comportamentos inadequados. Segundo a denúncia, a agência teria contratado um ator com características físicas semelhantes às de Beto Pereira para gravar vídeos que ridicularizavam o candidato.
Esses vídeos, que circularam amplamente nas redes sociais, usavam apelidos e frases ofensivas, com o objetivo claro de manchar a reputação do candidato. A estratégia, segundo a defesa de Pereira, tinha como foco enganar o eleitorado e desestabilizar sua campanha.
A denúncia revela que o esquema foi sofisticado, utilizando tecnologias modernas como deepfakes – vídeos manipulados que alteram a aparência de uma pessoa – e atores profissionais para simular comportamentos falsos. A defesa de Beto Pereira entregou ao TRE-MS provas que indicam a contratação do ator e a participação ativa da agência na criação desses vídeos. Foram apresentadas ainda evidências de publicações nas redes sociais que associavam o ator ao candidato, reforçando a campanha difamatória.
Essas ações, de acordo com a defesa, visavam influenciar diretamente a percepção pública do candidato, causando danos irreversíveis à sua imagem política. "O uso de deepfakes e atores em campanhas eleitorais representa uma nova fronteira de manipulação da informação, que pode afetar significativamente o resultado das eleições", afirmou um dos advogados de Beto Pereira.
A produção e disseminação de fake news e conteúdo difamatório são crimes graves, especialmente no contexto eleitoral. A prática não só fere a legislação brasileira, como também ameaça a integridade do processo democrático. Caso os envolvidos no esquema sejam considerados culpados, poderão enfrentar uma série de penalidades, que vão desde multas a punições criminais mais severas.
As buscas e apreensões autorizadas pelo desembargador Sideni Soncini Pimentel visam encontrar provas adicionais que comprovem a participação da agência de publicidade e de outros envolvidos na produção e disseminação do conteúdo difamatório. O objetivo é identificar os mandantes do esquema e as fontes de financiamento dessa campanha negativa.