O Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS), por meio da 29ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público de Campo Grande, deflagrou nesta segunda-feira (10) a Operação Occulto, com o objetivo de cumprir um mandado de prisão preventiva e quatro mandados de busca e apreensão nos municípios de Campo Grande e Camapuã.
As investigações apontam que, desde 2021, o ex-coordenador da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Campo Grande e outros envolvidos utilizaram empresas de fachada para simular vendas de produtos para a rede pública de saúde. O esquema resultou no desvio de R$ 8.066.745,25, valor que deveria ter sido destinado pela Secretaria de Estado de Saúde para atender pacientes ostomizados.
Lavagem de dinheiro e obstrução da justiça
O aprofundamento das investigações revelou que os crimes continuaram ao longo dos anos, com práticas reiteradas de lavagem de dinheiro, utilizadas pelos envolvidos para ocultar o destino dos valores desviados.
Além disso, um dos investigados passou a cometer obstrução da justiça, dificultando o andamento do processo judicial. Mesmo submetido a medidas cautelares alternativas, ele burlou uma ordem judicial de sequestro de bens, retirando cerca de R$ 500 mil de seu alcance.
Origem do nome da operação
A operação recebeu o nome de Occulto em referência às estratégias utilizadas pelos investigados para esconder os valores desviados, além de considerar um pedido de cidadania italiana feito pelo ex-coordenador da Apae, com a intenção de deixar o país.
A ação foi realizada com o apoio do Grupo Especial de Combate à Corrupção (GECOC) e do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), que seguem acompanhando o desdobramento do caso.