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Judiciário Sábado, 24 de Fevereiro de 2024, 08:09 - A | A

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Fim do trabalho escravo

MPT se reúne com instituições para combater trabalho escravo em Mato Grosso do Sul

Instituição diz que grande parte dos resgates ocorrem em fazendas do Pantanal

Juliana Rezende
Capital News

Ascom/MPT-MS

MPT-MS

Cooperação técnica pretende por fim ao trabalho escravo em MS

Na busca por estratégias a fim de impedir a incidência de novos casos de trabalho escravo em Mato Grosso do Sul, o Ministério Público do Trabalho (MPT-MS) se reuniu com representantes da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Sistema Famasul), Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Mato Grosso do Sul, (OAB/MS), e Superintendência Regional do Trabalho e discutiu a implementação de medidas preventivas e ações de combate à prática.

O encontro entre as instituições ocorreu nesta semana, mesmo período em que o MPT-MS divulgou o resgate de 20 trabalhadores, sendo um adolescentes de 16 anos, de uma fazenda exportadora de limões localizada na cidade de Aparecida do Taboado. As condições em que o grupo foi encontrada são análogas ao de trabalho escravo. De acordo com o MPT-MS, grande parte dos resgates de trabalhadores em situações de escravidão ocorrem em propriedades rurais do Pantanal. 

Divulgação/MPT-MS

MPT-MS resgate

Resgate dos trabalhadores da fazenda de Aparecida do Taboado

A reunião contou com a participação do procurador do Trabalho Paulo Douglas Almeida de Moraes, procurador do Trabalho Hiran Sebastião Meneghelli Filho, diretor-executivo da Famasul Lucas Galvan, vice-presidente da OAB-MS, Camila Bastos, e o Superintendente Regional do Trabalho em Mato Grosso do Sul, Alexandre Cantero.

Paulo Douglas destacou a importância da prevenção do trabalho escravo, ressaltando o papel estratégico da Famasul, com seu braço educativo, o Senar, a OAB-MS e o apoio, sempre essencial e central, da Superintendência do Trabalho na promoção de boas práticas no setor rural. Ele enfatizou que a cooperação entre essas instituições é fundamental para combater a incidência de trabalho degradante a fim de buscar a sua erradicação.

"Nós identificamos que o setor rural é o principal foco de ocorrências desse tipo. Diante disso, estamos buscando o apoio do setor produtivo do Estado, especialmente da Famasul e do Senar a fim de implementar, efetivamente, a promoção de boas práticas, visando reduzir a incidência desse crime, uma vez que nosso objetivo é a completa erradicação do trabalho escravo contemporâneo. O Governo do Estado, por meio do secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, também será um importante parceiro para o sucesso dessa iniciativa", afirmou o procurador do Trabalho.

Paulo Douglas ainda sugeriu a inclusão do Conselho Regional de Contabilidade na cooperação técnica para abranger mais aspectos dessa questão. Outra perspectiva apontada durante a reunião foi a falta de uma política de compliance nas propriedades para que os empregadores estejam em conformidade com as leis, normas e regras em relação às leis federais ou às políticas corporativas que regem esta atividade econômica.

O superintendente Regional do Trabalho em Mato Grosso do Sul, Alexandre Cantero, complementou as consequências para os produtores rurais envolvidos em casos de trabalho escravo e destacou a importância da cooperação entre as entidades envolvidas para auxiliar na prevenção das ocorrências.

“É viável realizar um trabalho pioneiro para engajar mais produtores e a sociedade na erradicação dessa chaga social que é o trabalho escravo contemporâneo. Isso é evidenciado pelos casos em que o produtor rural, por negligência, foi incluído na ‘lista suja’ do cadastro de empregadores. Como resultado, enfrenta dois anos de impedimento ao acesso a financiamento público. Portanto, essa iniciativa se mostra extremamente relevante”, constatou.

Durante a reunião, a vice-presidente da OAB-MS, Camila Bastos, sugeriu a emissão de uma certificação para os produtores que colaborarem com as ações de combate ao trabalho degradante, com o apoio jurídico da instituição. Os próximos passos agora são viabilizar a celebração de um Termo de Cooperação Técnica entre o MPT-MS e as instituições presentes no encontro, além de engajar outras entidades da Sociedade Civil que estejam envolvidas com essa temática em Mato Grosso do Sul.

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