A Campanha Coração Azul, realizada no mês de julho e instituída no Estado pela Lei 6.083 de 2023, de autoria do deputado Gerson Claro (PP), presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), visa aumentar a conscientização da população e desenvolver ações para fortalecer a prevenção do tráfico de pessoas, identificar e apoiar vítimas e acabar com a impunidade.
“A Campanha Coração Azul é uma conquista da cidadania, por ser uma plataforma de conscientização sobre a dimensão do tráfico de pessoas, um crime de escala mundial, que nem sempre é perceptível por parte da sociedade. Além das medidas repressivas das quais se incumbem a segurança, a campanha dá voz às vítimas desta barbárie, que atenta contra a dignidade humana”, salientou o parlamentar, acrescentando ainda que a mobilização também visa dar visibilidade ao trabalho desenvolvido pelo Núcleo de Enfrentamento do Tráfico de Pessoas, Defensoria Pública e Comitê Estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Cetrap).
O crime é complexo e alarmante. Segundo dados da Counter Trafficking Data Collective (CTDC) - primeiro centro global de dados sobre tráfico humano - quase 80% das viagens internacionais de tráfico de pessoas atravessam pontos de controle de fronteira oficiais, como aeroportos e pontos de controle terrestre.
As vítimas de exploração de trabalho têm mais probabilidade de serem traficadas por pontos de controle de fronteira oficiais, enquanto as de exploração sexual são levadas por rotas irregulares. Crianças têm mais probabilidade do que adultos de serem traficadas por caminhos fora da fiscalização imigratória. Conforme a CTDC, mais da metade dos indivíduos traficados têm menos de 26 anos e quase um quarto deles são crianças.
Os traficantes exploram 25 milhões de pessoas anualmente e movimentam em média US$ 150 bilhões por ano. Há mais pessoas sendo vendidas hoje no mundo do que em qualquer outro momento da história humana. A maior parcela deste montante advém da exploração sexual das vítimas, cerca de 85%, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Estima-se que a cada 30 segundos uma criança se torna vítima de tráfico de seres humanos em todo o mundo. O Brasil ocupa a sexta posição no ranking mundial da prática desse crime.