A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura irregularidades no setor de apostas online aprovou a convocação da influenciadora Virgínia Fonseca e do ex-BBB Felipe Prior. Ambos deverão comparecer à comissão como testemunhas e têm a obrigação legal de prestar esclarecimentos verdadeiros.
Saulo Cruz/Agência Senado
Senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da CPI das BETS (CPIBETS)
A relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), justificou a convocação de Virgínia pela relevância de sua influência digital, com mais de 90 milhões de seguidores. “Nos últimos anos, a influenciadora esteve envolvida em campanhas de marketing para casas de apostas, utilizando sua ampla base de seguidores para divulgar essas atividades. É fundamental entender o impacto e as responsabilidades éticas associadas a essas ações em um segmento com potenciais implicações sociais, como o de apostas online”, afirmou Soraya.
Felipe Prior foi convocado por conta de reportagens que detalharam cláusulas do contrato do ex-BBB com uma casa de apostas. Segundo o senador Izalci Lucas (PL-DF), autor do requerimento, Prior lucrava 15% sobre as perdas dos novos apostadores que utilizavam seu código promocional. “O arquiteto está usando sua visibilidade nas redes sociais para ganhar milhões de reais em jogos de azar, mas ao custo de um crescente prejuízo para muitos de seus seguidores”, disse Izalci.
Outras convocações e investigações
A CPI já havia aprovado a convocação de nomes como Gusttavo Lima, Wesley Safadão, Jojo Todynho, Deolane Bezerra, GKay, Felipe Neto e Tirulipa. Os depoimentos estão sendo agendados e buscam apurar a relação entre celebridades e empresas de apostas, além de possíveis irregularidades financeiras.
A comissão também solicitou informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre movimentações financeiras de Deolane Bezerra e de empresas do setor. João Studart, CEO da Bet Nacional, e Hazenclever Cançado, presidente da Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj), prestaram depoimentos sobre a transparência e regulamentação das operações no mercado.
CPI tem prazo até 2025
Com prazo de investigação até abril de 2025, a CPI busca apurar a influência das apostas online no orçamento das famílias brasileiras, além de possíveis vínculos com práticas de lavagem de dinheiro e organizações criminosas.