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Psicanalista Viviane Vaz alertou sobre violência sexual na internet durante debate na Casa de Leis
O mês de maio traz uma importante e sensível campanha de conscientização e respeito : o “Maio Laranja”, que deixa em voga os casos de abusos sexuais contra crianças e adolescentes. O assunto foi debatido durante sessão ordinária na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul nessa terça-feira, 30.
A conselheira tutelar de Campo Grande, Ana Carolina Kalache, fez uso da tribuna a convite do deputado estadual Pedrossian Neto (PSD) e reforçou a importância do Maio Laranja. “É uma fundamental para conscientização, prevenção e proteção das nossas crianças e adolescentes contra qualquer forma de violência sexual. É urgente o enfrentamento ao problema, capacitando as pessoas para identificar os sinais, quebrando tabus e garantindo o apoio à vítima”, disse.
De acordo com Ana Carolina, no ano passado, foram 39.357 denúncias de abuso e exploração sexual. “Uma em cada quatro meninas e um em cada seis meninos foram vítimas de algum tipo de abuso ou assédio sexual antes dos 18 anos no Brasil. Devemos estar atentos aos sinais de qualquer violência sexual infantil e saibamos responder de maneira apropriada e eficaz. A prevenção e a capacitação dos atores de proteção da rede e também da sociedade são fundamentais para proteger nossas crianças e adolescentes”, pontuou.
A psicanalista Viviane Vaz, diretora do Projeto Nova Transforma, uma iniciativa que acolhe vítimas de abuso também participou do debate. Na ocasião, Viviane lembrou sobre a crescente presença de imagem de abuso e exploração sexual na internet.
“É nosso dever trazer à luz essa realidade dolorosa. Nosso Estado sempre ocupa as primeiras posições nos índices. Isso nos invoca a mudarmos essa situação. Muitas crianças estão sendo aliciadas dentro da própria casa, entre quatro paredes, fazendo uso da internet. 78% dos usuários de internet, com idade de 9 e 17 anos, estão expostos e revelam a vulnerabilidade das crianças no contexto online”, falou.
Rázia Krug / Mariana Anjos / Fabiana Silvestre

Viviane Vaz, diretora do Projeto Nova: "Que nosso compromisso seja inabalável. Juntos podemos fazer a diferença"
A psicanalista reforça que a violência sexual contra crianças e adolescentes desconhece fronteiras, classe social ou cultura. “Infelizmente, está presente entre os povos indígenas e ribeirinhos, nas casas ricas e abastadas, em todas as classes sociais. Precisamos do compromisso genuíno para enfrentar essa pandemia. As crianças têm direito fundamental de crescerem num ambiente seguro, livre de violência e exploração. Somos o maior catalisador para mudança. Que nosso compromisso seja inabalável. Juntos podemos fazer a diferença”, afirmou.
Emocionada, Zaira Brito, responsável pelo Abrigo Segunda Casa, falou como as vítimas chegam na instituição. “Assustadas, com medo. Elas são retiradas da própria casa e vivem sob ameaça. A maioria sofreu a violência de quem deveria protegê-la. Nosso desafio é dar amor, cuidado e mostrar que ela merece ser amada. Devemos estar atentos aos sinais”.
Alertas
O abuso contra crianças e adolescentes pode se fazer evidente de forma direta, na forma de marcas, machucados e hematomas. Hesitação em permitir com que a criança use trajes de banho em público, por exemplo, podem ser sinais de que os pais ou cuidadores estão escondendo abuso.
O comportamento também pode ser um indicativo. Além do aspecto físico, o abuso pode causar problemas como depressão e ansiedade. Crianças que mentem demasiadamente, ficam em silêncio, que se tornaram agressivas ou possuem dificuldades de se expressar apresentam sinais de que estão sendo violentadas.
Todos esses comportamentos demonstram o medo extremo que a criança sente de desapontar os adultos à sua volta, um sinal de abuso infantil. Por outro lado, a desnutrição e a falta de higiene também podem ser sinais.
Sessão Plenária - 30/04/2024
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