A. Frota/Prefeitura de Dourados
A secretária municipal de Fazenda, Suelen Nunes Venâncio, fala sobre a situação que recebeu das finanças da Prefeitura de Dourados
Ao assumir a Secretaria Municipal de Fazenda da Prefeitura de Dourados, Suelen Nunes Venâncio deparou-se com uma realidade financeira alarmante. Apesar do ex-prefeito Alan Guedes (PP) afirmar que as contas estavam em dia, foram encontradas dívidas que somam R$ 169,5 milhões. Esse montante inclui R$ 156 milhões em dívidas previdenciárias e precatórios, R$ 13 milhões em restos a pagar, R$ 9 milhões em encargos e consignações salariais de dezembro, além de R$ 1,25 milhão em débitos com a Fundação de Serviços de Saúde (Funsaud). A situação é ainda mais grave considerando os compromissos financeiros de janeiro, que totalizam R$ 58,6 milhões, dos quais R$ 52 milhões são destinados à folha de pagamento, enquanto o município dispõe de apenas R$ 14 milhões em caixa.
A. Frota/Prefeitura de Dourados
Marçal Filho, Prefeito de Dourados, determinou a folha salarial como prioridade neste inicio de 2025
Diante do cenário, medidas emergenciais foram adotadas para priorizar o pagamento dos servidores dentro do mês. O prefeito Marçal Filho determinou a exoneração de cerca de 700 comissionados, mantendo apenas cargos essenciais, e cortou gratificações de servidores efetivos. Além disso, pagamentos de contratos foram suspensos e novas nomeações estão restritas às áreas da Saúde e Educação. “Estamos fazendo todos os esforços para honrar nossos compromissos e assegurar os serviços essenciais à população, mesmo em meio a essas dificuldades”, afirmou Suelen Nunes.
A união de esforços entre secretários e servidores tem sido crucial para enfrentar a crise. Suelen destacou a colaboração de todos na busca por economia e eficiência. Apesar das adversidades, a determinação do prefeito é manter o atendimento humanizado e de qualidade à população, priorizando o bem-estar dos cidadãos.
Crise na Funsaud agrava cenário
O rombo financeiro da Funsaud, responsável pelo Hospital da Vida e pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA), agrava ainda mais a situação. A gestão anterior deixou salários de dezembro atrasados e não realizou repasses para prestadores de serviços e aquisição de insumos. Após esforços da nova direção, foi possível pagar os 712 funcionários da fundação somente em 15 de janeiro.
O secretário de Saúde, Márcio Figueiredo, conseguiu em tempo recorde habilitar a nova diretoria da Funsaud junto aos bancos e órgãos de controle para liberar os recursos necessários. Ele lamentou a falta de responsabilidade da gestão anterior, que preferiu exonerar toda a direção da fundação em vez de resolver os problemas. "Alertamos a gestão anterior durante a transição, mas preferiram criar esse cenário caótico que prejudicou trabalhadores e a população", concluiu.