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Legislativo Quarta-feira, 18 de Outubro de 2023, 08:43 - A | A

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Vape

Soraya Thronicke apresenta projeto para regulamentar cigarros eletrônicos

Proposta da senadora sul-mato-grossense trata da produção, comercialização, fiscalização e propaganda dos dispositivos

Rogério Vidmantas
Capital News

Divulgação

Soraya Thronicke

Senadora Soraya afirma que, na clandestinidade, embalagens não apresentam advertências ou alertas sobre os riscos de sua utilização

Projeto de lei que regulamenta a produção, importação, exportação, comercialização, controle, fiscalização e propaganda dos cigarros eletrônicos no país será analisado pelo Senado Federal. A proposta foi apresentada pela senadora sul-mato-grossense Soraya Thronicke (Podemos), nesta terça-feira (17).

Liberado em mais de 80 países no mundo todo, entre eles o Reino Unido e na União Europeia, esses dispositivos eletrônicos para fumar tem comercialização, importação e propaganda proibidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2009.

Mesmo com a proibição, o consumo de cigarros eletrônicos vem crescendo a cada ano no país. De acordo com dados do Instituto em Pesquisa e Consultoria Estratégica, em 2018, cerca de 500 mil pessoas usaram algum tipo de cigarro eletrônico nos 30 dias anteriores à pesquisa; já em 2022, esse número passou para 2,2 milhões de pessoas.

“A crescente utilização dos cigarros eletrônicos tem acontecido à revelia de qualquer regulamentação. Do ponto de vista da saúde, não há controle sanitário sobre os produtos comercializados e as embalagens não apresentam advertências ou alertas sobre os riscos de sua utilização. Além disso, a indústria tem lançado mão de estratégias veladas de propaganda, como o uso de influencers e de postagens em redes sociais, para disseminar seu uso”, justifica Soraya Thronicke.

Ministério da Saúde

Cigarro Eletrônico

Importação e propaganda de quaisquer dispositivos do tipo são proibidas

Outra questão que preocupa a parlamentar é consumo indiscriminado entre os adolescentes. Considerando os dados da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar de 2019, 16,8% dos adolescentes de 13 a 17 anos já experimentaram esses produtos. “Ao regular a venda e o acesso aos cigarros eletrônicos, não apenas reduzimos as chances de que esses produtos alcancem públicos mais vulneráveis, como crianças e adolescentes, mas também poderemos contribuir para o financiamento de políticas públicas voltadas para o controle do tabagismo, por meio da arrecadação de impostos”, afirma.

Além disso, a sonegação fiscal e os prejuízos econômicos para o país são alguns dos problemas aprontados pelo projeto em defesa da regulamentação dos cigarros eletrônicos. “Do ponto de vista econômico, a importação e a comercialização dos dispositivos eletrônicos para fumar são realizadas à margem do sistema tributário, com elevadas perdas de arrecadação”, aponta Soraya.

Para a senadora, a falta de regulamentação dos cigarros eletrônicos é um erro. “A posição brasileira de simplesmente proibir a comercialização, a importação e a propaganda é o mesmo que tapar o sol com a peneira. A utilização dos cigarros eletrônicos é crescente e seus usuários não recebem nenhum tipo de proteção ou orientação por parte do Estado. Paradoxalmente, diversos outros produtos que oferecem risco à saúde, tão ou mais prejudiciais que os cigarros eletrônicos, são permitidos, a exemplo dos cigarros convencionais e dos narguilés, estes mesmos aprovados pela Anvisa e encontrados em sabores e embalagens apelativos ao público infanto-juvenil”, destaca a parlamentar.

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