Informações repassadas nos bastidores da política sul-mato-grossense apontam que o governador Eduardo Riedel (PSDB) e o ex-governador Reinaldo Azambuja estariam prestes a condicionar sua permanência no PSDB a uma possível aliança com o Republicanos. A movimentação ocorre no mesmo momento em que o diretório nacional tucano se reúne, nesta quarta-feira (24), em Brasília, para discutir a tão especulada fusão com o Podemos.
Fontes próximas ao núcleo político do governo afirmam que a tendência é que Riedel e seu grupo sinalizem claramente à cúpula do PSDB que não permanecerão na legenda caso a fusão com o Podemos se concretize, conforme vem sendo ventilado há meses em Brasília.
Ainda sem declarações oficiais, há quem diga que o governador estaria cada vez mais alinhado ao projeto nacional do Republicanos, especialmente diante da possível candidatura de Tarcísio de Freitas (atual governador de São Paulo) à presidência da República em 2026. Essa aproximação já estaria em estágio avançado e contaria com o aval de lideranças locais e nacionais.
Embora não descarte publicamente outras possibilidades, como a filiação ao PSD de Gilberto Kassab, Riedel tem evitado dar sinais definitivos. Em recente agenda pública em Campo Grande, limitou-se a dizer que "a decisão será tomada ainda neste mês", o que, para muitos interlocutores políticos, foi interpretado como um indício de saída.
Nos bastidores da Assembleia Legislativa e entre lideranças municipais, a expectativa é de que, confirmada a fusão entre PSDB e Podemos, o cenário político local sofra reconfigurações significativas. Alguns vereadores e deputados já estariam analisando cenários e partidos alternativos, prevendo o uso da janela de 30 dias permitida para migração sem perda de mandato. Para parlamentares eleitos em 2022, essa pode ser a única brecha até 2028.
Tucanos históricos de Mato Grosso do Sul têm demonstrado desconforto com a ideia da fusão, sob o argumento de que a união com o Podemos não agregaria força política suficiente para justificar a mudança. Avaliam que, mesmo somando fundo eleitoral e tempo de televisão, a nova sigla ocuparia apenas o sétimo lugar no ranking nacional de recursos e representação, ficando ainda abaixo de partidos como MDB e União Brasil.
Nas contas preliminares, o novo partido teria 25 deputados federais (13 do PSDB e 12 do Podemos), sete senadores e cerca de 400 prefeituras no país. Números que, segundo aliados de Riedel, não seriam expressivos o suficiente para sustentar um projeto presidencial competitivo.
Enquanto a decisão não é oficializada, os próximos dias devem ser marcados por intensas conversas nos bastidores da política local e nacional. Riedel, mesmo sem sinalizar publicamente, segue como uma peça-chave nesse tabuleiro. O desfecho pode não apenas redesenhar o mapa partidário de Mato Grosso do Sul, mas também influenciar diretamente os rumos do PSDB no cenário nacional.