A Comissão Técnica de Pecuária de Corte da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) e a Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM) querem mais transparência nas relações de compra e venda entre pecuaristas e frigoríficos, e para isso, estão elaborando um projeto piloto para mudar o sistema de comercialização do gado gordo.
O coordenador da comissão, José Carlos Lemos Monteiro, explica que a discussão veio à tona após os últimos acontecimentos envolvendo a falta de pagamento por parte de algumas redes de frigorífico.
Entre as vantagens apontadas da nova transação, está a garantia de recebimento, maior competição dos preços, maior número de frigoríficos competindo e não havendo distinção entre os frigoríficos menores e as grandes indústrias, além de maior transparência.
A proposta da Famasul e BBM, é fazer com que o boi se torne uma commoditie, assim como é a soja, o milho e o etanol. A proposta já foi apresentada para a CNA, Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e Fórum Nacional da Pecuária de Corte.
O vice-presidente da BBM no Estado, Carlos Eduardo Dupas, afirma que a bolsa é capaz de fazer essa aproximação entre os dois agentes da relação, garantindo mais transparência e liquidez nas operações.
Para a carne, a BBM vai fazer com que vendedor e comprador fixem preço no produto antes dos bois serem embarcados. Os frigoríficos farão um depósito de 90% do valor que fica fixado na operação, em uma conta de liquidação financeira da BBM, e somente depois dessa garantia a mercadoria será embarcada. O acerto final será feito após o abate dos animais, com o repasse do valor pela conta de liquidação.
Para Dupas, o interesse demonstrado por parte dos produtores e dos frigoríficos indica que o projeto deverá ser um sucesso, com previsão de iniciar os primeiros negócios já no próximo mês. “Este é primeiro de um dos grandes problemas da pecuária sul-mato-grossense que está prestes a ser resolvido”, disse.
Por: Nadia Nadalon- estagiária (www.capitalnews.com.br)