“Não voltem a trabalhar, continuem em greve porque agora a decisão é judicial”. Segundo um dos representantes da manifestação que não quis ser identificado, estas foram as palavras do prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho, aos agentes de saúde que realizam manifestação em frente à prefeitura da Capital na manhã desta sexta-feira (28).
Cerca de 200 agentes de saúde e de controle de epidemiologia estão distribuídos pela avenida Afonso Pena com cartazes escritos reivindicando seus direitos. O trânsito não foi prejudicado, muitos motoristas passam buzinando e os agentes respondem com gritos e assovios.
Nelsinho chegou quando os manifestantes deixavam a frente da prefeitura e os orientou para que continuassem em greve
Foto: David Majella/Prefeitura da Capital
A paralização já dura 24 dias. Segundo os agentes, a greve não se refere ao aumento do salário, e sim ao valor recebido referente a produtividade que é de R$ 173,00.
Foi enviado às mãos do prefeito, documento em forma de decreto com as propostas dos valores. “Já mandamos em forma de decreto que é para ele não ter que escrever”, destaca um dos manifestante.
De acordo com Antonio Carlos da Silva, agente epidemiológico e um dos representantes da organização, Nelsinho disse em um determinado momento que “não poderia mais falar sobre o assunto, pois alega que o caso está na justiça”.
Quando o agente Amado Cheik, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde Pública em Campo Grande, solicitou que o prefeito recebesse representantes da categoria, Nelsinho o lembrou que no último ofício que recebeu da entidade, havia o compromisso de que as negociações continuariam em 2011 e que os servidores aguardariam o período que antecede a data-base de todos os servidores municipais, em maio.
Antonio Carlos da Silva, agente epedemiológico e um dos representantes
Foto: Deurico/Capital News
Outro fator a ser reivindicado é em relação à proteção desses agentes que trabalham de sol a sol e não recebem protetor solar para se protegerem dos raios ultravioletas. Além disso os trabalhadores pedem adicional de salubridade, pois alegam risco ao manusear produtos químicos dentro das residências da população.
A manifestação ocorre de forma tranquila e deve parar ao meio dia. Em seguida os agentes continuam com a missão de recolher assinaturas da população. Os trabalhadores pedem compreensão da população e que se sensibilizem com a situação.
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) decidiu aplicar multa de R$ 25 mil/dia contra a categoria. Mesmo com a decisão judicial, a paralisação se mantém.
Por Valquíria Oriqui - Capital News (www.capitalnews.com.br)
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