O ex-governador José Orcírio Miranda dos Santos se emocionou no discurso que fez aos petistas durante ato de passagem das presidências dos diretórios da Capital e regional do partido, na tarde desta quarta-feira (10).
Zeca se referiu à mãe, Assunção Miranda dos Santos – que morreu segunda, aos 96 anos –, e quase chorou. Ele disse que a candidatura dele à tentativa de voltar ao cargo de governador em 2010 é uma promessa feita a ela nos últimos momentos de sua vida.
“No hospital, ao pé da cama, eu fechei os olhos e disse para ela que vou fazer desta campanha a minha última e mais esforçada e bonita campanha que meu corpo e minha alma pudessem aguentar”, disse, com olhos marejados.
Zeca discursou para os petistas e disse que não há volta na disputa ao governo de MS este ano
Foto: Deurico/Capital News
Ele fez crítica à atual gestão. “Pela soberba, prepotência e autoritarismo, ele [André Puccinelli (PMDB)] vai pagar caro e vai ter que me enfrentar. (...) Vou desmascarar esse governo que fala que tem obras, mas são obras com dinheiro do governo Federal. O grande governador de Mato Grosso do Sul se chama Luiz Inácio Lula da Silva.”
“Se vou ganhar, não sei. Depende de Deus e da vontade do povo. (...) Ele [André] vai ter muito trabalho. Vai ter que suar sangue e gastar todo o dinheiro que tem para tentar vencer.”.
Petistas e membros de partidos aliados dividiram a mesa no momento da solenidade de posse dos novos presidentes dos diretórios do PT
Foto: Deurico/Capital News
Discursos com críticas a André
As falas que antecederam Zeca também foram, em sua maioria, de desafio à atual administração estadual.
O novo presidente do PT em Campo Grande, João Rocha (também superintendente dos Correios do Estado), falou em “autoritarismo de corte fascista que hoje impera no Estado”. E complementou: “Nosso adversário humilha publicamente seus próprios aliados.”
O novo presidente regional, Marcus Garcia, disse que a meta é fazer “um plano de governo que vai apontar um verdadeiro desenvolvimento sustentável e não que quer destruir o Pantanal deixando plantar cana (veja notícias relacionadas)”.
João Rocha, novo presidente do PT da Capital, falou que André faz governo de “autoritarismo de corte fascista"
Foto: Deurico/Capital News
O deputado estadual Pedro Kemp disse que o atual governo é “autoritário” e “despótico”. Seu colega de Assembleia Legislativa, Paulo Duarte também usou a palavra autoritário.
Membros do PDT, PSB, PTB, PSC, PMN, PSDC, PP e PCdoB também foram ao evento.
João Leite Schimidt reforçou o apoio do PDT-MS, ao qual preside, ao ex-governador nas eleições de 2010
Foto: Deurico/Capital News
O atual presidente regional do PDT, João Leite Schimidt, disse que considera que Zeca “já é” o governador. “Vamos ajudar o PT a devolver o governo para o povo. O atual governador acha que o poder é dele e o povo de Mato Grosso do Sul vai dizer que não. (...) O Zeca já ganhou a eleição. E não é otimismo exacerbado. Com a minha idade, tenho a capacidade de observar tudo isso.”
"Lágrimas de crocodilo não ganham eleição"
Antes de discursar, Zeca conversou com a imprensa. Ele disse que quer debater com André em todos os locais possíveis e reclamou dos choros do governador em eventos oficiais.
Zeca informou também que não espera que Lula suba em seu palanque, mas se contenta com apoio pela propaganda eleitoral gratuita
Foto: Deurico/Capital News
Quando indagado sobre a possibilidade de a prefeita de Três Lagoas, Simone Tebet, reforçar a candidatura de André como vice em sua chapa, Zeca disse que não "interessa quem escolham". "Ele [André] pode chamar quem ele quiser. pode escolher quem ele quiser que eu escolho o meu apoio. Já disse para ele, já disse para falar para ele, que eu quero discutir na TV, na rádio, nos jornais, nas escolas, nas universidades, nos bairros. Quero fazer um debate. Ele vai ter que 'guentar' as minhas perguntas. Ele vai ter que 'guentar'. E não vai poder chorar. Lágrimas de crocodilo não servem para eleição."
Por: Marcelo Eduardo – (www.capitalnews.com.br)
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