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Política Sábado, 12 de Dezembro de 2009, 08:01 - A | A

Sábado, 12 de Dezembro de 2009, 08h:01 - A | A

\"Ele tem obrigação de me ganhar, mas vai ter que suar sangue\", diz Zeca, ao lançar pré-candidatura

Marcelo Eduardo - (www.capitalnews.com.br)

O PT-MS (Partido dos Trabalhadores de Mato Grosso do Sul) apresenta oficialmente seus pré-candidatos à disputa pelo governo do Estado e Senado em 2010, José Orcírio Miranda dos Santos (o Zeca) e Delcídio do Amaral, respectivamente, em evento que teria reunido cerca de 750 pessoas – embora anunciado como 1013 militantes –, realizado na noite de sexta-feira, 11 de dezembro, na SSCH (Seleta Sociedade Caritativa e Humanitária), no bairro São Francisco, na Capital.

Zeca disse que seria “injusto” não se candidatar em 2010. “Seria injusto comigo e muito mais injusto com o PT se eu deixasse o partido que me permitiu sair lá da barranca do rio Paraguai [é nascido em Porto Murtinho, cidade ‘banhada’ pelo Paraguai] e ser duas vezes deputados, duas vezes governador. Não estou à venda. Não vou traí-los [disse aos militantes que o ouviam] Vou disputar minha última eleição como se fosse a primeira.”

Mais a frente, Zeca [que, em dois momentos, chegou a ficar com os olhos marejados] disse que, agora não há mais como pensarem em uma aproximação entre PT e PMDB em Mato Grosso do Sul, como a realizada em âmbito nacional entre o presidente peemedebista deputado federal Michel Temer (SP) e Luiz Inácio Lula da Silva em torno de Dilma [aqui, seria em torno de André]. “A partir de amanhã, ninguém mais vai ousar dizer que nós não teremos candidato. (...) Perder ou ganhar, é do jogo. (...) Ele [André] tem obrigação de me ganhar, mas vai ter que suar sangue. (...) Não tenham medo porque eu não tenho. Não tenho medo da máquina dói poder público. Porque nós já ganhamos em 1998 [quando de sua primeira eleição, em que o PMDB também estava no cargo]. E, se nós ganhamos em 98, podemos ganhar de novo.”

Discursos inflamados deram a temática do encontro, aparentemente, festejado pelos petistas, mesmo sem a presença da ministra-chefe da Casa Civil – e pré-candidata à sucessão presidencial –, Dilma Rousseff, que tinha presença garantida, mas, a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, viajou a Copenhagen, capital dinamarquesa, para representar o Brasil na COP-15 (Conferência sobre Mudanças do Clima) 2009, realizada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Mais acalorado foi Dagoberto – que antecedeu Delcídio e Zeca nas falas. Ele atacou diretamente André Puccinelli (PMDB).

“Nossa disputa não é para tirar, tão somente o PMDB. (...) Tivemos doutor Plínio Mendes. Tivemos o doutor Wilson [Barbosa Martins. Que foram grandes nomes. (...) Nossa luta, é contra um homem doente. Um homem que não tem parâmetros. Um homem individualista. Um homem mais autoritário que eu já conheci na história. (...) Talvez o pior governador que Mato Grosso do Sul já teve. (...) Nós temos que combater essa pessoa do André Puccinelli.”

Já Delcídio evitou o ataque direto. Ele lembrou da disputa interna entre ele e Zeca, que dividiu o PT-MS por algum tempo. “Nossa divisão era cantada em prosa e verso. (...) Chegamos à conclusão que nossa divisão prejudicava a militância. (...) Venceu a temperança, a transparência. E, há duas semanas, nós trouxemos mais de 16 mil pessoas para votar [referiu-se às eleições para escolha dos Diretórios Estadual e municipais].”

Resposta

Zeca rebateu as críticas que havia recebido de André Puccinelli (PMDB), durante cerimônia de entrega de equipamentos e viaturas à Polícia Militar na quinta, 10. No Comando Geral, André disse que seu governo foi obrigado a devolver uma quantia muito alta [que não revelou, mas disse que “seguramente” passaria de R$ 1 milhão] por ele de recursos vindos por meio do Funresp (Fundo Especial de Reequipamento de Segurança Pública), saído dos cofres da União, que deveria ser aplicado na segurança, mas não fora pela gestão anterior “por irregularidade, irresponsabilidade de quem mandava na segurança, o Zeca, o Dagoberto e Almir Paixão [ex-secretário de Estado de Segurança Pública]”.

“Quando indagado pela imprensa sobre se eu ia responder aos ataques que o governador atual me fez, eu disse ‘não vou responder’. Porque o comportamento do atual governador foge aos parâmetros da política. É um cidadão que ‘tá’ doente. E de doente eu tenho pena. Os bois mansos do governador deveriam tratar de procurar uma clínica psiquiátrica para lhe internar”, disse Zeca, quando de seu discurso.

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Integrantes do PDT também acompanharam o evento
Foto: Deurico/Capital News


Por: Marcelo Eduardo – (www.capitalnews.com.br)

 

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