Pesquisadores brasileiros estão inovando na luta contra a poluição plástica com o desenvolvimento de bioplásticos que se degradam rapidamente tanto em composteiras quanto no meio ambiente. Coordenada pela professora Maria Inês Bruno Tavares, do Instituto de Macromoléculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a pesquisa utiliza pequenas partículas de bioativos de alimentos funcionais, como cenoura e chia. Ao contrário dos plásticos sintéticos, esses bioplásticos não deixam resíduos prejudiciais à natureza, oferecendo uma solução mais ecológica.
Os bioplásticos foram recentemente destacados na capa da revista Journal of Applied Polymer Science. Tavares explica que, ao contrário dos plásticos tradicionais que se fragmentam em microplásticos prejudiciais, os bioplásticos desenvolvidos se degradam em compostagem, perdendo 90% da massa em 180 dias e tornando-se consumidos por microrganismos. Este avanço é crucial para reduzir a poluição por microplásticos, que estão presentes no ar, água e até mesmo em alimentos, podendo causar sérios problemas de saúde.
Embora o bioplástico não possa ser reciclado como os polímeros sintéticos, ele oferece uma alternativa viável para muitas aplicações de uso único. A pesquisa, apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), está em processo de patenteamento e busca parcerias para a produção. Segundo Tavares, o Brasil tem potencial para liderar essa inovação global, contribuindo significativamente para a redução da poluição e promovendo um futuro mais sustentável.