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Solução do Impasse

Após conflitos, Governo Federal libera R$ 2 milhões para construção de poços em Dourados

O protesto, que já entrou no terceiro dia, gerou um confronto entre os indígenas e as forças de segurança do Estado

Viviane Freitas
Capital News

O Governo Federal, por meio do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), anunciou, em nota oficial, a liberação imediata de R$ 2 milhões para a construção de dois super poços de água na Reserva Indígena de Dourados (RID), onde as aldeias Bororó e Jaguapiru enfrentam um histórico problema de desabastecimento de água. A medida visa amenizar a crise de abastecimento, que afeta os moradores dessas comunidades há décadas, garantindo o acesso a água potável, considerado um direito humano fundamental.

Ainda na noite de ontem (27), o Ministério publicou a nota e, nesta manhã (28), representantes das comunidades indígenas se reuniram na sede do Ministério Público Federal, em Dourados, para buscar a assinatura do documento que liberaria a construção dos poços e o desbloqueio de pontos de protesto. A ação é uma tentativa de solucionar, de maneira rápida, o problema que afeta diretamente a qualidade de vida nas aldeias.

Em sua nota, o MPI reforçou que o acesso à água potável e ao saneamento básico são direitos humanos universais, essenciais para a manutenção da vida e garantidos pela Constituição Federal no artigo 5º. O Ministério também acionou o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, em busca de apoio para resolver a situação. O Departamento de Mediação de Conflitos (DEMED) do MPI tem se reunido com lideranças indígenas, representantes da OAB, da Funai e da Secretaria Estadual de Cidadania, com o objetivo de encontrar uma solução para o impasse.

O Ministério dos Povos Indígenas também manifestou preocupação com a segurança dos indígenas, afirmando que considera inadmissível o uso excessivo da força para dispersar os manifestantes. A nota condena a violência empregada contra os indígenas que estavam protestando pela falta de acesso à água potável e enfatiza que o diálogo é a via mais eficaz para resolver o conflito de forma pacífica. O Ministério afirmou que continuará acompanhando a situação de perto, buscando garantir a segurança e o bem-estar das comunidades afetadas.

O protesto, que já entrou no terceiro dia, gerou um confronto entre os indígenas e as forças de segurança do Estado. O Governo de Mato Grosso do Sul empregou policiais militares para desobstruir os bloqueios feitos pelos indígenas na rodovia MS-156. Imagens do confronto começaram a circular nas redes sociais, mostrando policiais utilizando escudos e agindo de forma violenta contra os manifestantes. A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) justificou a atuação policial, afirmando que a ação foi necessária após esgotamento das vias de negociação, mas lamentou os episódios de violência, reforçando seu compromisso com a transparência e o respeito à justiça.

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