Um inseticida à base de plantas foi desenvolvido por meio de parceria entre a ISI Biomassa (Instituto Senai de Inovação em Biomassa), de Três Lagoas com a startup PRZ Ltda, para combater a mosca-branca em lavouras.
Chamado de Projeto Nullifly, o trabalho é inédito na busca por soluções sustentável para combater o inseto sem utilizar produtos químicos que prejudicam o meio ambiente e a saúde.
Para o diretor do ISI Biomassa, João Gabriel Marini, o projeto amplia a bagagem da instituição com as possibilidades da pesquisa, além de contar com parceiros de grande renome. “O ISI Biomassa adquiriu experiência e competência no desenvolvimento de bioinsumos agrícolas que são importantíssimos para reduzir a dependência de químicos que possam ser prejudiciais ao meio ambiente e a vida humana. Neste projeto específico, além da Embrapii, também contamos com o apoio do BNDES que é imprescindível para fortalecer a inovação no Brasil e o desenvolvimento tecnológico da indústria brasileira”, pontuou.
De acordo com informações da Fiems, a iniciativa foi contemplada com recursos da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação (Embrapii) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) no valor de 950 mil. O objetivo da pesquisa tem a finalidade de formular um novo inseticidade nacional plant-based, ou seja, de biomassa vegetal, para combater a mosca-branca em culturas anuais e em cultura amazônica perene.
Zildinei Panta Pereira, representante da PRZ, comenta que o ISI é o parceiro ideal para o desenvolvimento do projeto, uma vez que a empresa nasce justamente com a percepção do vasto potencial agrícola do Brasil e da constante necessidade de lidar com insetos e pragas não típicas de outras regiões do país. A PRZ tem sede em Recife com filial na cidade de Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso.
“Isso nos desafia a buscar soluções que atendam às demandas da sociedade contemporânea, que busca sustentabilidade e respeito máximo ao meio ambiente. Esse é um sonho compartilhado não apenas pela sociedade, mas também pelos produtores agrícolas, que têm um amor profundo pela sua terra, de onde obtêm seu sustento e que desejam preservar para as gerações futuras”, ressaltou Zildinei.
Divulgação/Fiems
Projeto que desenvolveu bioinseticida nasceu de parceria entreo ISI Biomassa e a startup PRZ Ltda
Sustentável
A pesquisadora do ISI Biomassa Rafaela de Oliveira Penha reforça que o produto poderá ofertar uma solução possível de eliminar uma praga recorrente nessas culturas agronômicas de forma limpa e sustentável, favorecendo um dos setores de maior impacto econômico do país, a agricultura.
Atualmente, a principal forma de controle do inseto é a aplicação de inseticidas químicos sintéticos, prejudiciais à saúde humana e causador de inúmeros problemas ambientais.
A mosca-branca é um inseto sugador que se alimenta dos nutrientes de plantas, além de ser vetor de vírus fitopatogênicos. É uma praga que ataca diversas culturas e é listada como uma das que mais oferecem risco fitossanitários do Brasil, sendo categorizada como de risco muito alto pelo Ministério da Agricultura e Pecuária.
A mosca-branca tem apresentando mais resistência, condição que traz um grande desafio para o desenvolvimento de novos inseticidas eficientes e com um custo competidor.
Nas lavouras de soja, por exemplo, as perdas em produtividade podem chegar a 30% devido ao ataque da mosca-branca, com custos de cerca de US$ 75/ha e perdas econômicas de mais de US$ 3 bilhões somente no Brasil, conforme artigo publicado pelo Journal of Economics Entomology, da Oxford Academy.
“Espera-se ao fim deste projeto se obter um novo inseticida plant-based, que será possível combater a mosca-branca, uma praga de alto impacto nas lavouras brasileiras, de uma forma sustentável e ambientalmente amigável”, afirmou Rafaela.