O Ministério Público Estadual (MPE) instaurou um inquérito civil para investigar os impactos da poeira gerada pela construção de um viaduto sobre a BR-163, no Jardim Veraneio, em Campo Grande. As obras, que estão sendo realizadas nas imediações da Uniderp Agrárias, começaram em maio de 2024 e têm gerado reclamações de moradores sobre a poeira, principalmente após o desvio do tráfego para uma rua sem pavimentação. A construção, estimada em R$ 25 milhões, é alvo de questionamentos desde julho de 2024.
Moradores da região pediram que a empresa responsável pela obra, a Plaenge, realizasse o cascalhamento da rua e aplicasse água para reduzir a poeira. A empresa afirmou que está jogando água duas vezes ao dia, mas não foi autorizada a cascalhar a via. Além disso, a Plaenge alegou que a prefeitura exigiu um estudo ambiental detalhado para pavimentar outras ruas, o que atrasou a solução para o problema. A conclusão do estudo está prevista para 2025, após a finalização da obra.
A Plaenge também sugeriu a instalação de um segundo semáforo na BR-163 para melhorar o tráfego, mas a Agetran não autorizou a medida, informando que dependeria de aprovação da ANTT. Em sua defesa, a empresa questionou a alegação de que a poeira tenha atingido os imóveis a mais de 1.000 metros da obra, afirmando que os estudos indicaram que o impacto da poeira seria de apenas 200 metros.
A construção do viaduto é uma exigência da prefeitura de Campo Grande para permitir a instalação de um condomínio de alto padrão próximo ao anel viário, o que deve aumentar a população do bairro em até sete vezes nos próximos três anos. A obra inclui melhorias no tráfego, como drenagem urbana, alargamento da pista e duplicação da BR-163. O MPE investiga os danos ambientais causados pela poeira e busca responsabilizar os responsáveis para que os moradores afetados sejam indenizados.