Após uma década de investigações, oito pessoas foram condenadas por envolvimento em um esquema de corrupção na Prefeitura de Camapuã, com penas totais que somam 75 anos de prisão. A decisão da 1ª Vara da Comarca de Camapuã também determinou o pagamento de R$ 4,6 milhões para ressarcir os cofres públicos. As investigações começaram em 2015, após o desaparecimento de contratos municipais, inicialmente alegados como destruídos por uma chuva forte, versão que foi desmentida.
A Operação Tempestade, conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), em parceria com a Promotoria de Justiça local, revelou um esquema de fraude em licitações, desvio de recursos e pagamentos ilegais a empresas. De acordo com as apurações, contratos de construção e compras foram extraviados para encobrir crimes de corrupção e peculato.
Os condenados enfrentaram acusações como organização criminosa, fraude em licitações, corrupção ativa e passiva, e peculato. Além das penas de prisão, a sentença também impôs multas e obrigações de reparação dos danos causados ao município. Os réus perderam seus cargos públicos e tiveram os direitos políticos suspensos enquanto durar a condenação.
A reparação financeira foi detalhada em valores específicos: R$ 1.566.263,47 destinados ao município de Camapuã, R$ 3.000.000,00 para a coletividade dos munícipes, e R$ 55.083,88 referente à multa prevista na Lei de Licitações nº 8.666/93.
Os condenados incluem o ex-prefeito Marcelo Duailibi, que recebeu 10 anos e 2 meses de reclusão, além de outros ex-integrantes da administração municipal com penas que variam de 2 anos e 4 meses a 13 anos e 4 meses de prisão. Eles poderão recorrer em liberdade, mas deverão informar seus endereços à Justiça.